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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nova microcirurgia à base de injeção de água trata hérnia de disco

Uma nova técnica que utiliza jato d’água em alta velocidade começa a ser usada no Brasil para tratar hérnia de disco contida.

Nesse tipo de hérnia, o núcleo do disco intervertebral está inchado e comprime os nervos da coluna, causando inflamação e dor, mas não há rompimento da membrana.

Para descomprimir os nervos, uma agulha de 2 mm de diâmetro perfura a pele do paciente e chega à inflamação. A água entra no disco a 960 km/h e fragmenta seu núcleo. Em seguida, parte do conteúdo é aspirado, o disco murcha e a pressão sobre os nervos é reduzida.

O procedimento, desenvolvido nos EUA, será apresentado nesta semana no Congresso de Cirurgia e Técnicas Minimamente Invasivas da Coluna Vertebral, que ocorre em São Paulo.

Estudos no exterior já mostraram que a técnica apresenta resultados semelhantes aos da cirurgia tradicional (chamado de microdiscectomia), que precisa de um corte de cerca de 3 cm para tratar a hérnia.

Por aqui, pesquisadores do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo realizam uma pesquisa para comparar o procedimento convencional com a técnica à base de água, conhecida como hidrodiscectomia.

Será avaliada a recuperação de 40 pacientes -metade será submetida à operação com água. 

Resultados preliminares de 16 pacientes mostram que a recuperação do doente (redução de dor e retorno às atividades do dia a dia) são semelhantes.

“Já com relação à  cirurgia, como sangramento e tempo de internação, a hidrodiscectomia é melhor”, diz o ortopedista Raphael Martus Marcon, do instituto do HC.

Com o jato d’água, o paciente recebe anestesia local e recebe alta no mesmo dia. A técnica convencional exige anestesia geral e ao menos um dia de internação.

CUSTO ALTO
No entanto, a nova técnica esbarra no alto preço do instrumento, patenteado por uma empresa norte-americana.

A agulha é descartável e custa cerca de R$ 18 mil.

“Mas a redução de gastos paralelos com internação, por exemplo, pode tornar a técnica vantajosa quando se popularizar”, pondera o ortopedista Wilson Dratcu, do Hospital Abreu Sodré.

Os custos de material para uma fusão das vértebras -outra opção para tratar esse e outros tipos de hérnia- podem chegar a R$ 30 mil, compara Dratcu.

“A técnica não é acessível à maioria. Algumas operadoras de seguro ainda não a autorizam, como ocorre com toda nova tecnologia”, diz o ortopedista Pil Sun Choi, presidente do congresso.

Além do HC de São Paulo, o Hospital Abreu Sodré, vinculado à AACD, oferece o procedimento e tem bons resultados preliminares.

As cirurgias são indicadas para quem não responde aos tratamentos como fisioterapia, acupuntura e remédios, o que equivale de 5% a 8% dos que têm hérnia de disco.

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