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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Por um único furo, operação corrige próstata aumentada

No último dia 12, o Centro de Referência em Saúde do Homem, em São Paulo, realizou a primeira cirurgia de próstata por orifício único.


O procedimento, segundo os médicos, é pioneiro na América Latina para esse tipo de caso.


A operação foi feita em um paciente com hiperplasia prostática benigna -aumento da próstata que pode comprimir o canal da uretra e causar complicações como dificuldade para urinar.


O problema ataca homens mais velhos e deve ser tratado com remédios ou com cirurgia, para retirar a parte da próstata que está comprimindo o canal urinário.


A técnica empregada no hospital, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, foi a laparoscopia "single port".


A diferença em relação à laparoscopia tradicional é que, em vez de cinco orifícios, só um furo de cerca de três centímetros é feito, logo abaixo do umbigo.


Por esse mesmo orifício são introduzidos uma microcâmera, que permite aos médicos acompanhar a operação pelo monitor, e os aparelhos cirúrgicos.


A expectativa de Joaquim Claro, chefe do serviço de urologia do centro de referência, é que essa técnica seja usada quando o aumento da próstata for grande a ponto de o excesso não poder ser retirado por laser ou pelo canal da uretra.


Nesses casos, a equipe médica costuma optar pela cirurgia aberta, que requer um grande corte no abdome, ou pela laparoscopia comum.


Segundo Claro, a principal vantagem do "single port" é que o tempo de internação é bem mais curto do que o de uma cirurgia aberta.


"O paciente só fica internado por um dia, em vez de sete. E já pode retomar suas atividades em cerca de uma semana, sem precisar esperar um mês", afirma.


Há ganhos também em relação à laparoscopia tradicional, diz ele.


"O "single port" é menos agressivo ao paciente. Como ele é feito com apenas um furo, a chance de lesar um vaso ou de criar um canal para infecções é menor", explica.


A laparoscopia por "single port" já é empregada em outras operações como a retirada de útero e ovários.


PACIENTE
Quem estreou o método no centro de referência foi o torneiro mecânico José Lacerda dos Santos, 66.


Por dois anos, ele sofreu com a dilatação da próstata. Acordava até cinco vezes durante a noite para urinar.


No dia 12, o problema foi resolvido. A operação não demorou mais do que 50 minutos, dizem os médicos.


Santos conta que achou estranho o fato de o corte ter sido pequeno, diferente dos casos de seus conhecidos.


"Meus colegas tinham um corte feio na barriga. Cheguei a pensar que a minha próstata é que era diferente", diz.


O aposentado afirma que está recuperado. "Hoje, só vou ao banheiro quando quero", conta.


CONTROVÉRSIA
Segundo o urologista Miguel Srougi, professor titular da USP, uma operação como essa também pode trazer complicações maiores.


"Se houver um sangramento, o campo para contê-lo será bem mais limitado porque só haverá um orifício, menor", explica.


Alberto Azoubel Antunes, urologista do Hospital das Clínicas, concorda. "O procedimento otimiza a recuperação e a vantagem estética é maior, mas exige mais treino dos médicos."

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