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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hipotireoidismo

Definição
Diminuição dos níveis periféricos de hormônios da tireóide.

Etiologia
Hipotireoidismo primário: doença auto-imune da tireóide ou tireoidite de Hashimoto (carac­terizada pela presença de auto-anticorpos), de­ficiência de iodo, redução do tecido tireoidiano por iodo radioativo ou por cirurgia (doença de Graves, câncer de tireóide).

Hipotireoidismo subclínico: níveis circulantes normais de T4 com presença de TSH eleva­do (geralmente assintomático). Freqüente em mulheres, idosos, pacientes com dislipidemias, ou em caso de absorção elevada de iodo, justifi­cando a dosagem sistemática da TSH. A causa mais comum é a doença de Hashimoto.

Hipotireoidismo central: doença hipotalâmica ou hipofisária (diminuição da produção de TSH), fármacos (amiodarona, carbonato de lítio), hipotireoidismo congênito.

Clínica
Início: cansaço, mialgia, artralgia, cãibras, pele seca (diminuição sudorese), sensação excessiva de frio, dores de cabeça e menorragia, unhas quebradiças, cabelos mais finos, palidez, sinto­mas do túnel do carpo.

Fase mais avançada: acentuação da diminuição generalizada do metabolismo com macroglosia, edema periférico (tornezelos, pálpebras, face), constipação, dispnéia, ganho de peso (3 a 5 kg), bradicardia (60 bpm/min).

Outras manifestações: ascite, audição diminuí­da, hipertensão diastólica, galactorréia, depres­são, demência, mudança de personalidade e, raramente, sintomas de psicose; infertilidade (pode ser a causa da primeira consulta).

Anemia por deficiência de ferro (menorragia, deficiência de vitamina B12).

Dislipidemia freqüente com aumento do LDL-colesterol e diminuição do HDL-colesterol.

Complicações: coma mixedematoso.


Diagnóstico
Hipotireoidismo subclínico: TSH alto e T4 nor­mal.

Hipotireoidismo clínico: TSH alto e T4 baixo.

Exames laboratoriais: TSH, T4 livre, T4 total.

Auto-anticorpos tireoidianos: antiperoxidase (anti-TPO).Ultra-sonografia (na presença de nódulo).

Se níveis de TSH diminuídos: hipotireoidismo central (dosagem prolactina, hormônio de crescimento, cortisol, RM).

Diagnóstico diferencial: artrites, doenças musculares inflamatórias. Pedir concentração de TSH em todos os pacientes com fraqueza mus­cular e CPK elevado.

Observação: pensar sistematicamente em hipotireoidismo em caso de obesidade, distúrbios depressivos ou tratamento com carbonato de lítio.

Tratamento
Levotiroxina: 1 a 1,7 mcg/kg/dia.

Dose inicial mínima 12,5 mcg/dia ou calcu­lada em função idade e peso.
Cardiopatia isquêmica: tratamento inicial 25 mcg com incrementos de 25 mcg por mês.
Ajustar dose de levoteroxina com dosagem de TSH seis semanas após o início do tratamento.
Tratamento justificado no hipotireoidismo primário quando TSH diminuído da metade do nível normal.
Objetivo do tratamento: nível normal de T4, TSH entre 0,3 a 3,0 microIU/ml.
Usar preferencialmente a mesma levotiroxina. Em caso de mudança de marca, controlar os níveis de TSH e T4 após 6 semanas de tratamento e ajustar a dose.

Não utilizar levotiroxina de farmácia de ma-nipulação.

Administração em jejum ou com 4 horas de diferença com outras medicações ou vitaminas (absorção diminuída em caso de tratamento concomitante com colestiramina, sulfato ferroso, cálcio, hidróxido de alumínio; metabolismo da levotiroxina aumentado em caso de tratamento com anticonvulsivantes, rifampicina, sertralina). Hipotireoidismo subclínico: o tratamento reduz fatores de risco cardiovasculares, melhora o perfil lipídico e minimiza anormalidades neu-rológicas. Tratar o hipotireoidismo subclínico com uma dose inicial entre 25 e 50 mcg/dia, medir o ní­vel sérico de TSH após 6 a 8 semanas, e ajustar a dose de levotiroxina. O TSH deve estar entre 0,3 e 3,0 μIU/ml. Controle médico e labora­torial a cada ano.

TSH entre 5 e 10 μIU/ml: benefícios do trata­mento controversos e reservados para aqueles que apresentem bócio ou anticorpo antipero­xidase positivo.

Gravidez: dosagem TSH no início da gravidez ou no 1º trimestre; tratamento com levotiroxina mesmo em caso de hipotireoidismo leve, e controle a cada 6 semanas.

Diabetes mellitus: tireoidite crônica em 10% dos pacientes com DM1 e tireoidite pós-parto em 25% das pacientes com DM1; procurar presença de bócio; dosar regularmente TSH em pacientes com DM.

Infertilidade: no caso de TSH elevado, o tratamento pode normalizar o ciclo menstrual e restaurar a fertilidade.

Consulte o seu médico
Endocrinologista

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