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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Mosquitos transgênicos para não voar podem combater dengue

Pesquisadores estimam que variedade poderá ser solta à natureza em 2011; nativos sumiriam em até 9 meses

Cientistas criaram variedade que tem desenvolvimento dos músculos da asa interrompido
Cientistas criaram variedade que tem desenvolvimento dos músculos da asa interrompido Foto: Divulgação/North Caroline University

WASHINGTON - Uma nova variedade de mosquitos modificados geneticamente para não voar poderia conter a transmissão do vírus da dengue, segundo um estudo de pesquisadores das universidades de Oxford e da Califórnia.
O experimento, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, criou uma variedade de mosquito cujas fêmeas são incapazes de voar devido à interrupção provocada do desenvolvimento dos músculos de suas asas.
Os machos dessa variedade não exibem sintomas visíveis de sua alteração genética mas, quando se acasalam com fêmeas selvagens, os mosquitos fêmea da geração seguinte já nascem sem poder voar. Até agora, o experimento só foi realizado em laboratórios, mas se espera que a nova variedade desses insetos possa ser solta à natureza em 2011.
Segundo indicou à Agência Efe Luke Alphey, pesquisador da empresa Oxford Insect Technologies (Oxitec) associada à universidade britânica, essa libertação representaria o desaparecimento dos mosquitos nativos entre seis e nove meses.
Dengue pelo mundo
A febre da dengue, um vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito “Aedes aegypti”, afeta a cada ano entre 50 e 100 milhões de pessoas.
Embora haja estudos em andamento sobre a prevenção e cura da dengue, o uso generalizado de uma vacina contra o vírus ainda levará muitos anos, assegura Alphey. O pesquisador opina que “até então, o controle do mosquito será a única forma de controlar a doença”.
“Se reduzirmos o número de mosquitos, poderemos reduzir a transmissão da dengue e com isso a mortalidade de pessoas”, ressalta em comunicado outro dos membros do projeto, Anthony James, professor de microbiologia e genética molecular na Universidade da Califórnia.
A proposta dessa equipe representa, além disso, uma alternativa segura e eficiente para combater a dengue frente às inseticidas, “que sempre deixam resíduos tóxicos”, acrescenta Alphey.
Os pesquisadores destacaram também que todos os habitantes das áreas tratadas se beneficiariam com a medida, e concordam na possibilidade de aplicá-la a outros espécies de mosquitos transmissores de doenças como a malária ou a febre do Nilo Ocidental.
Os países com mais casos de dengue registrados entre 1995 e 2008 foram Brasil, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Honduras, México, Peru e Venezuela. Além disso, a doença se difundiu consideravelmente nos últimos cinco anos na Argentina, Bolívia, Costa Rica e Paraguai.

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