Cinquenta e seis integrantes da comunidade quilombola de Muquém, em União dos Palmares (AL), sobreviveram à enchente que atingiu o estado desde sexta-feira (18) subindo em duas jaqueiras na região. Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), o grupo ficou 18 horas sobre as árvores para escapar da força da água.
Segundo Adriano Augusto de Araújo Jorge, presidente do IMA, o grupo foi considerado desaparecido desde o fim de semana. "Montamos um comboio para chegar ao local, que é bem isolado. Encontramos com a comunidade nesta terça-feira (22). Uma das crianças, que tentou subir numa das jaqueiras, chegou a cair e quebrou um dos pés. Eles passaram muita dificuldade no local."
Comunidade quilombola recebe ajuda, após enxurrada (Foto: Divulgação/Semarh e IMA)Araújo Jorge disse que 30 quilombolas ficaram em uma das jaqueiras, enquanto outro grupo, de 20 pessoas, subiu em outra árvore. "Seis pessoas não tiveram tempo para se juntar aos outros e se protegeram em cima de uma casa, mais afastada do rio."
De acordo com levantamento preliminar feito por técnicos do instituto, cerca de 120 casas foram destruídas pela força da água na comunidade quilombola. "Quando soubemos que o grupo estava desaparecido, demos prioridade para tentar localizá-los, pois era inevitável que o socorro poderia demorar mais para chegar até eles, por conta do isolamento natural deles. Eles ficaram todo esse tempo ssem água, comida e energia elétrica", disse Araújo Jorge.
O comboio foi composto por técnicos ambientais e acompanhado por Alex Gama, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas, que levou donativos para a comunidade quilombola.
Região que abriga comunidade quilombola, em Alagoas, foi destruída (Foto: Divulgação/Semarh e IMA)
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