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domingo, 11 de abril de 2010

Ilusão de Ótica


O PT está virando o velho PSDB, e o PSDB está virando o velho PT, ou é tudo uma ilusão de ótica?


O fato é que o lançamento de Dilma Rousseff foi comportado e protocolar como costumam (ou costumavam) ser os encontros tucanos, enquanto o de José Serra foi bagunçado e animado como costumavam ser os encontros petistas de antigamente.


Dilma saiu do governo para o ataque, abrindo sua campanha pós-Casa Civil com aquela história de que os tucanos são lobos com pele de cordeiro. Serra saiu do Palácio dos Bandeirantes também para o ataque, mas abrindo sua campanha comparando PT e PSDB, governos FHC e Lula sob outros prismas: conduta, princípios, formas.


Até aqui, a campanha de Dilma parecia muito mais organizada, mais estratégica, com uma linha muito bem definida, enquanto na de Serra era o contrário: todo mundo batia cabeça e cada um falava o que bem entendia -- em direções diferentes.


Isso também está se invertendo, pois Dilma e Lula deram escorregadas, com ataque fora de hora da candidata e bate-boca despropositado do presidente com o Judiciário, enquanto Serra parece estar acertando o seu discurso, ganhando coerência. O "pós-Lula" acaba de encontrar um slogan: "O Brasil pode mais". Como mensagem subliminar: ok, Lula foi muito bom, mas há muita coisa a ser feita -- e melhor.


São momentos de campanha, ora favoráveis a um lado, ora a outro, numa eleição que é muito pau a pau, contrapondo dois bons nomes e os dois principais partidos do país. Dilma viveu seus ótimos momentos desfilando o país como ministra e com Lula. Serra parece estar vivendo os dele, livre das amarras de governo e unindo a oposição.


Para estragar a festa ontem, Aécio Neves foi que foi, mas não foi. Sua frase de que estaria "ao lado de Serra, onde quer que fosse convocado" foi recebida no encontro da oposição como uma demonstração clara de que está pronto para aceitar a vice. Logo, porém, o próprio Aécio tratou de dar o dito pelo não dito. O que ele quis dizer é que está a postos para ir com Serra por aí para fazer campanha com ele. Ah. Bem. Imagina se não estivesse...
O drama tucano da vice vai se arrastando, com os holofotes divididos entre Serra e Aécio, enquanto Dilma e o peemedebista Michel Temer parecem já ter acertado as condições e as alianças do casamento.


A guerra, ops!, a eleição continua. A diferença é que, daqui em diante, não tem mais tititi. Dilma é candidata, Serra é candidato. As armas, condições e discursos estão colocados. Cada um que se vire para mostrar quem é melhor. No final, você é quem decide!


Eliane Cantanhêde

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