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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Renata Dominguez: "De volta á Cena"


FAMOSIDADES

Depois de ficar quase três anos afastada da TV, Renata Dominguez voltou com tudo na minissérie “Rei Davi”, da Record. Protagonista da trama, a atriz contou em entrevista exclusiva ao Famosidades que a personagem foi um grande desafio.

“Acho que foi a personagem mais relevante que eu já fiz. A primeira que realmente existiu. Havia uma cobrança muito grande em cima da Bate-Seba porque ela é um ícone de sensualidade, ela é uma das personagens mais marcantes da Bíblia. E são poucas mulheres que tem relevância”, disse.

Quer saber o que mais a atriz contou? Clique nas próximas páginas e confira a íntegra da entrevista com Renata Dominguez.

Divulgação/Record

FAMOSIDADES - Como surgiu o convite para viver Bate-Seba na minissérie “Rei Davi”?
Renata Dominguez - Me ligaram da Record me comunicando que eu estava cotada para viver Bate-Seba, que seria a protagonista da trama e uma semana depois já me chamaram para uma reunião. A Bate-Seba e o Davi foram os dois últimos personagens a serem escalados. Quando bateram o martelo nos dois, foi uma decisão aprovada de cima, uma decisão institucional. Então quando isso aconteceu, o elenco inteiro já estava escalado.

“Rei Davi” foi sua primeira trama que envolve uma história religiosa. O que tinha de diferente dos outros trabalhos que você já fez?
Independente de ser uma trama religiosa ou não, foi o trabalho mais difícil que eu fiz. Foi extremamente trabalhoso em todos os sentidos. Existia muito estudo para ser feito, não pelo fato de ser religioso e sim pelo fato de ser 3000 anos atrás. É tudo muito diferente da nossa realidade. A realidade deles era outra e a gente teve que estudar muito para fazer.

Antes disso você ficou afastada das telinhas por um ano e meio. Você sentiu falta de atuar nesse tempo?
Posso ser sincera? Não! [risos]. Eu pedi esse tempo fora. Fiquei cinco anos sem sair do ar, às vezes em mais de um horário na grade. Eu precisava respirar, eu precisava desse tempo para mim. Viajei um ano e meio, precisava me reciclar, me reequilibrar e dedicar um tempo para mim mesma. Não era só a questão física, era um cansaço emocional. E foi muito válido para mim, até para poder pegar uma personagem com essa relevância e com esse grau de dificuldade, esse grau de dramaturgia, porque é uma história muito sofrida. Eu precisava estar renovada para fazer isso, então veio em boa hora. Foi um período que eu tirei pra mim mesma, me desliguei totalmente de televisão.

Você está há mais de dez anos nas telinhas. Tem alguma personagem que você considera marcante em sua carreira?
Acho que todas foram importantes para mim. Todas foram protagonistas na minha vida. Claro que cada uma tem uma coisa diferente. A Sol, de "Malhação", foi a primeira, nenhuma personagem vai durar o tempo que ela durou, três anos no ar. Eu tenho um carinho muito grande, pois foi a primeira, foi uma fase de aprendizado, me trouxe popularidade, eu fiquei conhecida como a Sol. Mas acho que a Valquíria, de "Amor e Intrigas", foi a que mais marcou. Ela foi uma personagem muito completa. Foi um marco na minha carreira. Uma personagem muito complexa e acho que um dos maiores desafios da minha carreira. Foi uma grande vilã e teve toda aquela sensualidade que ela exalava. A Valquíria apagou a Sol. Eu fui a Sol muito tempo.

AgNews

Como você enfrentou a síndrome do pânico?
A síndrome do pânico eu tive na época de “Escrava Isaura”, em 2004, 2005. Passei a “Escrava Isaura” inteira com síndrome do pânico. Foi a pior fase da minha vida. Eu não desejo nem para o meu pior inimigo porque você acha que esta enlouquecendo. Você não se reconhece. A vida parece que é feita de algodão. Sabe quando a gente sonha e é aquela coisa muito real que ao mesmo tempo você sabe que é sonho e nada faz muito sentido? A minha vida durante a síndrome do pânico parecia que eu vivia nesse sonho constantemente. Fora o mal estar.

O que você tirou de lição desse período?
Então, foi uma fase muito sofrida, mas que eu amadureci 10 anos em um. Eu adquiri um autoconhecimento que eu nunca tive na vida graças ao pânico. Na verdade eu digo que foi um grito de socorro do organismo que resultou em um processo de cura quase, porque eu sai bem mais forte do que eu era. Foi um mal que veio para o bem. Eu não me isolei da sociedade, que é o processo que ocorre normalmente com as pessoas que tem pânico, muito pelo contrário. Eu estava trabalhando em São Paulo, tinha que viajar para lá toda semana e ninguém sabia que eu estava doente. Eu me trancava várias vezes quando eu começava a entrar em crise eu ia para o banheiro, rezava e controlava a respiração. E fazia de tudo para contornar a situação e voltar para o estúdio e continuar gravando, porque ninguém sabia que eu estava doente, porque eu tinha vergonha de falar. Eu achava que eu estava enlouquecendo. Então acabou me ajudando muito o fato de eu estar fazendo novela, de eu estar trabalhando.

Você se sentia incomodada de ser conhecida como a Sol de “Malhação”?
As minhas personagens sempre foram mais conhecidas que eu. E isso para mim é um grande elogio. Eu tenho plena consciência que a fama é do personagem sempre, eu não quero ser mais que o personagem nunca. Muita gente se você falar a Renata Dominguez não vai nem saber quem é. Agora se você falar a Valquíria ou a Cecília, de “Bicho do Mato”, elas vão saber quem é. Com a Valquíria eu deixei de ser chamada de Solene, passei a ser chamada de Valquíria.

O que falta fazer na sua carreira?
Cinema. Eu sou louca para fazer cinema. Nunca tive a oportunidade de fazer. É um sonho meu, até porque eu sou muito perfeccionista, muito detalhista, e no cinema eu acho que eu vou ter, assim como na minissérie eu já pude sentir um pouco, esse gostinho de me dar o direito de ser mesmo perfeccionista, de não ter que abstrair. Porque televisão a gente tem que abstrair algumas coisas.

A minissérie foi um sucesso de audiência e consequentemente o assédio no público aumentou nesse período. Como é ver esse reconhecimento e como lida com o assédio?
Eu lido muito bem. Eu sou muito pé no chão em relação a isso. Para mim, o assédio não é para mim, e sim consequência de um trabalho. Quanto maior o assédio, maior a resposta que eu tinha da Bate-Seba. Fico orgulhosa da Bate-Seba, porque para mim a fama é dela. Assédio e fama não são sinônimos de ser boa atriz.


Divulgação/Record

No seu primeiro trabalho, em “Malhação”, que é voltada para um público adolescente, você interpretou uma menina que passava pelos conflitos e questionamentos dessa fase. Hoje você interpreta mulheres com uma personalidade mais forte, compatíveis com a sua faixa etária atual. Como foi essa transição de envelhecer junto com os personagens?
Acho que foi um processo natural. Eu amo desafio, sou movida a desafio. A vontade de vencer um desafio e encarar é o que me faz vencer todos os dias. Para mim, quanto mais histórias diferentes vierem, melhor. Eu amo diversificar. Acho que o amadurecimento em si foi um processo natural. A cada trabalho eu fui conquistando um pouco mais de maturidade profissional, de conhecimento mesmo da profissão. Foi gradativo, eu fui subindo os degraus a cada trabalho que eu fiz e me orgulho disso. A minha carreira é motivo de orgulho para mim.

O tempo passou e só fez bem para você. Quais os seus segredos de beleza?
Eu tive que me preparar muito pra fazer a Bate-Seba porque tinha cenas de nudez. Fiquei muito tensa, nunca tinha feito cenas de nudez na vida. Posar nua jamais para mim. Então foi um momento tenso. Quando eu li o perfil da personagem que dizia mulher de beleza fora do comum eu pensei: "vamos trabalhar, né?" (risos).

Na minissérie você teve que encarar cenas de nudez pela primeira vez. Como você lidou com isso?
A pior cena foi a primeira. A hora de você tirar a roupa. Eu travei umas cinco vezes. Mas depois que você tira, eu cheguei a conclusão que a nudez dentro de um contexto que a justifique flui bem, com naturalidade. Porque em algum momento você esquece que está naquela situação. Se eu não esquecer não vai ser a Bate-Seba tomando banho, vai ser a Renata com vergonha.


AgNews

Dizem que a beleza reflete o nosso momento. Isso quer dizer que você está em um bom momento na sua vida profissional e pessoal?
Eu estou em uma fase feliz, mais madura. Eu sempre fui muito moleca, muito ansiosa, muito ligada na tomada. A Bate-Seba trouxe um pouco disso para a minha vida, esse lado mais mulher, de explorar esse lado em mim, de usar um pouco dessa sensualidade elegante, uma coisa que eu nunca explorei em mim. Foi a personagem mais mulher que eu fiz com certeza. Acho que é sempre uma via de mão dupla.

Em "Rei Davi" você voltou a trabalhar com o Edson Spinello, que ainda era seu marido no começo das gravações. É melhor trabalhar com uma pessoa que você conhece e que conhece você bem?
Depende. No caso da cena de nudez é muito melhor. É mais tranquilo, até por ele ser um diretor que eu confio. Você se sente amparada. Agora, no trabalho, o fato de ser uma pessoa que eu conheço tanto não diz nada, porque a gente separa tanto. É um trabalho muito de diretor e atriz lá dentro e não existe esse relacionamento. A gente só fala de trabalho lá dentro, a gente só fala de cena lá dentro, então é tudo muito separado. Existe sim a admiração pelo profissional, porque eu sou fã do trabalho dele, como vários atores.

Você iniciou a carreira como apresentadora. Algum dia tem vontade de seguir por essa área?
Quando eu era pequena, o meu sonho sempre foi ser atriz. Eu comecei como apresentadora por acaso. Foi uma experiência totalmente inusitada. Uma coisa que eu não busquei, veio para mim. Eu gosto de apresentar, mas eu não pretendo para de trabalhar como atriz. Eu me apaixonei pela interpretação.

De Famosidades
Fotos: Divulgação/Record e AgNews

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