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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Você Pergunta, Nós Respondemos

Como é de costume, todas as Sextas,trazemos mais uma Pergunta de nossa leitora Joseane, que sempre acompanha nosso blog e enviou um e-mail, no qual busca respostas sobre amor e relacionamento.

Pergunta: A verdade, às vezes, dói
Devo revelar o que não me agradou? Há um homem que conheci pela Internet, que diz gostar muito de mim. Saímos algumas vezes e ele seria um ótimo namorado pela maneira que me trata. Acontece que ele é meio "figura" e tem uma voz horrível de fina. Quando converso com ele pelo telefone, penso ser a voz de uma mulher. Se mostra muito inseguro e muito tímido e diz que só teve uma namorada na vida antes de me conhecer, isso ao 42 anos. Aos 38, época que conheceu a ex, nunca tinha dado sequer um beijo!


Não consigo me ver ao lado de um homem assim, e lhe disse que não poderíamos namorar, que eu não sentia o mesmo por ele e tal. Mas outro dia, conversando, ele me perguntou o que, afinal eu não tinha gostado nele, e eu, é claro, disse simplesmente que não havia "química" entre nós. Mas me deu vontade de lhe dizer que a voz dele era um dos pontos que não me agradaram, e que ele deveria procurar algum tratamento, porque sei que existem tratamentos com fono, para "engrossar" a voz.


Penso até que ele tem certa consciência disso, e por isso é tão tímido e nunca teve coragem de se aproximar de uma mulher. Tem épocas que ele se diz muito deprimido, pois acha que nunca ninguém o amará de verdade. Gostaria de poder ajudá-lo, porque apesar de não o querer como namorado, o acho uma boa pessoa e acho que ninguém merece se martirizar e sofrer tanto assim. Algum conselho? Obrigado.

Resposta
Diz uma pesquisa feita entre brasileiros que só 1/3 das pessoas insatisfeitas se queixa do que lhes desagrada. Há, entre nós, um excesso de cuidado em dizer a verdade, mesmo que esta seja fundamental para melhorar a vida de outra pessoa, como você mesma diz. Dizer a verdade desagradável é, sem dúvida, difícil. Ninguém gosta de ouvir coisas negativas sobre si. A pessoa mente para si mesma, apesar de isso a prejudicar. A outra pessoa, que poderia dizer algo que teria chance de ajudar a primeira, silencia para não feri-la e não correr o risco de perder sua amizade. Mas se você for amiga de alguém e silenciar, você não estará se comportando como amiga. É preciso escolher o momento certo para falar; é preciso ter habilidade para dizer as coisas; não é aconselhável que adote uma postura crítica. O lugar para dizer algo difícil de ser dito merece ser bem escolhido.


É preciso que seu ouvinte saiba que irá ouvir alguma coisa que já soube, mas que jogou para o inconsciente e passou a negar a existência dela há muito tempo, com a finalidade única de sofrer menos. É preciso também que a pessoa confie em quem tenta ajudá-la e esteja segura de que também custa a ela usar de sinceridade. Sendo assim, mesmo um psicoterapeuta terá que lidar com a resistência de seu cliente em ouvir a verdade ou algo que o aproxime dela. Pode ser que esse homem concorde em conversar com você e até consiga ouvi-la sem uma resistência explícita. No entanto, há um problema ético nisso tudo: quem garante que ele não viria a ser amado exatamente da maneira que é? Outra coisa importante de ele saber é que deve mudar não para agradá-la, mas para ele mesmo. Ele pode se convencer que mudando você irá amá-lo e ficar com ele. Quem sabe? De qualquer maneira, é bom previni-lo.

Abraço, Mariana (Psicóloga)
Perguntas pelo e-mail: blogdomelk@hotmail.com

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