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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Especialistas alertam para os riscos de fazer tratamentos e exames em casa

A oferta de procedimentos médicos e exames feitos em casa, por conta própria, está crescendo no Brasil. Esse nicho de mercado é composto por um público cada vez mais interessado em tecnologia e medicina acessíveis para leigos.

Uma parte dos produtos surgiu para atender pacientes que trocam os hospitais por atendimento domiciliar, mas não é só isso.

"Não existem pesquisas oficiais, mas calculamos que o mercado de produtos para cuidados de saúde em casa está crescendo cerca de 20% ao ano no Brasil", diz Patrícia Cardoso, diretora de Home Healthcare Solution (divisão de produtos de saúde em casa) para a América Latina da Philips.

Entre os produtos oferecidos pela empresa, diz Cardoso, há equipamentos para quem está interessado em cuidar da saúde com mais "autonomia". É o caso do desfibrilador caseiro, portátil e leve.

"Normalmente, a desfibrilação é feita no hospital. Mas o avanço da tecnologia criou aparelhos portáteis que podem ser usados por leigos, desde que recebam um treinamento mínimo", afirma o cardiologista José Carlos Pachón, do Serviço de Arritmias do HCor (Hospital do Coração), de São Paulo.


COM AS PRÓPRIAS MÃOS

A procura individual por esse tipo de equipamento ainda é restrita, até porque a complexidade das doenças cardíacas assusta os interessados em fazer "medicina com as próprias mãos".

Já as tecnologias na área da dermatologia não parecem intimidar os consumidores, que buscam na internet ou em viagens ao exterior os novos aparelhos de laser para uso caseiro.

Embora não existam equipamentos domésticos a laser registrados no Brasil, há pelo menos um site de um representante brasileiro dos produtos importados.

São oferecidos escovas para combater a queda de cabelos e aparelhos para depilação, com frete gratuito para todo o país.

DEMANDA

Na internet ou lá fora, também são procurados os equipamentos para rejuvenescimento da pele com laser. "Há demanda aqui para isso. Precisamos ver o que as agências reguladoras vão determinar sob a pressão da indústria e do público", diz o dermatologista Davi de Lacerda, da USP.

Os fabricantes estão apresentando esses aparelhos para a classe médica com cautela, segundo Lacerda.

"Como os dermatologistas e as clínicas são hoje os grandes consumidores dessa indústria, os fabricantes afirmam que os aparelhos domésticos não impedem o paciente de procurar o médico para tratamentos mais agressivos, já que o laser caseiro é muito menos potente do que o profissional." A baixa potência facilita a aprovação dos produtos.

"Os órgãos reguladores priorizam sempre a segurança, mesmo que isso signifique um produto menos eficaz", diz Roberto Mattos, coordenador do departamento de laser da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). A energia baixa diminui os riscos na hora de usar o equipamento, mas eles existem.

"O laser pode atingir os olhos e, se for aplicado várias vezes no mesmo local, pode queimar a pele", diz Mattos.
Isso não tem assustado o público consumidor.

"Cada vez mais, as pessoas querem manipular seus corpos. E não basta deixar o médico fazer isso, elas querem ser atuantes no tratamento", diz o dermatologista Davi de Lacerda.

Folha.com

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