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sábado, 3 de março de 2012

Por que ficar atento os novos termos de uso do Google


Na semana passada, o Google anunciou uma importante mudança em sua política de privacidade. Ao unificar os termos de serviço de produtos, mais de 60 conjuntos de regras serão substituídos por um único texto. Segundo o gigante de buscas, o novo termo de uso, disponível oficialmente a partir de 1º de março, busca facilitar a experiência do usuário na rede. Por trás da simplificação adotada pela empresa, há uma estratégia de monetização, que deixa claro que o conteúdo produzido pelo usuário é valiosíssimo para o Google e para empresas que anunciam em seus serviços.


Disponível para consulta em 44 idiomas, inclusive em português, a nova política de dados privados é uma espécie de prestação de contas aos usuários de internet, revelando quais informações serão coletadas pelo Google junto aos perfis e como esses dados serão utilizados. Caso o usuário não concorde com o modelo, não terá alternativa: será obrigado a desativar ou abandonar os serviços do gigante de buscas.

Com a nova estratégia, a companhia terá a possibilidade de cruzar informações fornecidas pelos usuários em serviços distintos e adequar, de forma mais eficiente, quais anúncios serão exibidos a cada um deles. O objetivo, é claro, é vender isso a um preço mais salgado aos anunciantes.

É um feito para o Google. Finalmente, depois de 13 anos de vida, a companhia cria sua primeira plataforma unificada de dados, o que deve lhe dar mais forças para batalhas contra Apple e Facebook, oponentes que, desde o início, trabalham com banco de dados unificados de usuários.

O Google já se antecipou a algumas críticas, como uma eventual comparação com o serviço Beacon, introduzido pelo Facebook em 2007. O sistema de publicidade direcionado logo foi desativado por expor a terceiros dados pessoais de adeptos ao site. Contra as suspeitas, o Google foi taxativo: “Não vendemos informações pessoais de nossos usuários. Não fazemos isso, ponto final”, informa a empresa no manual de políticas e princípios.

 

Ao usuário, o Google garante que as reformulações que serão introduzidas facilitarão tarefas como as buscas. Para realizar pesquisas, a companhia combinará interesses expressos em três plataformas – a rede social Google+, o serviço de email Gmail e o site de vídeos YouTube – para apresentar resultados com maior precisão. A tendência é que o buscador apresente resultados mais afinados com os interesses do usuário. Por exemplo: ao realizar uma pesquisa usando a palavra “jaguar”, um aficionado por carros de luxo deve receber como resposta links relacionados à marca inglessa de automóveis, e não a animais.

Pode ser bom. Mas há quem ache ruim. Em seu mais recente livro, The Filter Bubble, o americano Eli Pariser critica mecanismos de busca apoiados em algoritmos, que, ao reunir informações sobre pesquisas anteriores, limitam possibilidades de buscas futuras. “No longo prazo, podemos ficar expostos somente a ideias que confirmam aquilo em que já acreditamos. Perdemos a oportunidade de descobrir o novo”, afirma Pariser. É como se o hipotético aficionado em carros nunca pudesse encontrar em suas buscas referências à onça-pintada.

Veja.com

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