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sexta-feira, 23 de março de 2012

Ricardo Teixeira renunciou no dia em que foi 'blindado' pelo Tribunal Superior da Suíça

Ricardo Teixeira pediu sua renúncia da CBF no mesmo dia em que o Tribunal Superior da Suíça tomou a decisão de manter em sigilo os nomes dos cartolas que receberam subornos da empresa de marketing da Fifa, a ISL, e de manter o ex-cartola blindado. Teixeira já vinha manobrando para deixar a CBF em uma situação que pudesse administrar sua queda, repartindo poderes a seus aliados. Mas não deixou o cargo sem a confirmação de que seu nome não seria publicado pela Justiça suíça.

No dia 12 de março, o Tribunal com sede em Lausanne determinou que, enquanto o processo esteja tramitando em relação à ISL, os nomes dos envolvidos não será divulgado. Hoje, na Suíça, os detalhes dessa revelação serão oficialmente publicados à imprensa mundial e confirmarão que os nomes dos implicados na trama de subornos não será conhecida por mais vários meses.

Em 2010, uma corte suíça condenou cartolas por terem recebido subornos da ISL em troca de acordos de transmissão de jogos. Mas, na mesma decisão, ficou estabelecido que os nomes dos envolvidos não seria divulgado, já que eles pagaram de volta parte da propina e acertaram um acordo.

Desde então, a Fifa tem sido pressionada a revelar os nomes dos envolvidos que, segundo a BBC, seriam Teixeira e João Havelange. O Estado apurou que mesmo Teixeira já se preparava para uma defesa, alegando que havia recebido o dinheiro. Mas que os recursos eram para Havelange, seu ex-sogro, e que ele era apenas um 'laranja'. O próprio Havelange pediu demissão de seu cargo no COI, poucos dias antes da entidade julgar o caso. Com isso, o processo foi arquivado.

Quatro jornais suíços e a BBC entraram então com um recurso para ter acesso aos documentos e o caso chegou ao Tribunal Superior da Suíça. No caso dos jornais locais, não é exatamente o nome de Teixeira que interessa, mas a transparência na Justiça do país.

Pressionado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, retirou sua oposição e indicou que estaria de acordo com a publicação dos documentos. Mas, em dezembro, um recurso foi apresentado por Teixeira e Havelange, freado sua publicação.

A esperança da imprensa suíça era de que o tribunal autorizasse a publicação pelo menos dos nomes dos envolvidos, até que se soubesse o restante do conteúdo dos documentos. Agora, porém, o processo que não tem data para acabar continuará sob sigilo.

Por Jamil Chade, correspondente, estadao.com.br

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