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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Doença hereditária do ator Guilherme Karan atinge nervos

Guilherme Karan em cena da novela "O Clone", de 2002
Guilherme Karan em cena da novela
 "O Clone", de 2002
 

 Em entrevista ao jornal carioca "Extra" publicada ontem, o pai do ator Guilherme Karan, 55, disse que o filho, diagnosticado com a síndrome de Machado-Joseph, perdeu movimentos e está deprimido por causa da doença.

Karan está afastado da TV desde 2005, quando atuou a novela "América", da Globo. O ator também ficou conhecido por papéis cômicos no programa "TV Pirata", que foi ao ar entre o fim da década de 1980 e início da de 1990.

A doença de Machado-Joseph é uma forma de ataxia (disfunção neurológica que prejudica o controle motor) hereditária. De acordo com a reportagem do "Extra", a mãe e um irmão do ator também tiveram a síndrome.

Segundo o neurologista José Luiz Pedroso, da Unifesp, a doença de Machado-Joseph é hereditária dominante, o que significa que filhos de uma pessoa com o problema têm 50% de risco de desenvolvê-lo também.

O mal é raro e atinge até duas pessoas a cada 100 mil habitantes. Entre as 36 ataxias dominantes conhecidas hoje, no entanto, a Machado-Joseph é a mais comum.

O nome vem de famílias de açorianos em que a doença foi identificada pela primeira vez, nos anos 1970, nos EUA, segundo o neurologista Antônio Cézar Galvão, do Hospital 9 de Julho.

O defeito genético leva à degeneração de regiões do sistema nervoso, como cerebelo, a medula espinhal, o tronco encefálico e os nervos periféricos, diz Pedroso, que é médico assistente do ambulatório de neurologia geral e ataxias da Unifesp.

Os primeiros sinais incluem dificuldade para andar e falar, perda de equilíbrio e visão dupla. A idade em que os sintomas começam é indicativa da gravidade do mal. Quanto mais cedo, afirma o Pedroso, mais grave.
"Tenho pacientes com 70 anos que apresentam uma forma muito leve. Há uma forma intermediária, que começa entre os 40 e os 60 anos e a precoce, com 20, que é a mais grave."

Pedroso explica que quando a doença é passada do pai ou da mãe para o filho, há uma repetição do gene causador. Quanto mais repetições, mais cedo e de forma mais grave a doença aparece.

A síndrome em si não leva à morte, mas o risco aumenta por causa das complicações da perda motora, que deixam a pessoa suscetível a pneumonia por aspiração de alimentos e infecções.

Não há tratamento que reverta a degeneração, mas é possível controlar alguns sintomas com remédios, fisioterapia e fonoaudiologia.


Folha.com

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