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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Religiões apostam na tecnologia para se aproximar dos fiéis, que aprovam a ideia

Os dez mandamentos foram esculpidos em tábuas de pedra por Moisés nas proximidades do Monte Sinai. Com o perdão do sacrilégio, se ele tivesse recebido a incumbência divina nos dias de hoje o texto seria inscrito em tábuas (ou tablets, em inglês) tecnológicas como o iPad, da Apple, o Galaxy Tab, da Samsung, ou o Xoom, da Motorola. Também é possível arriscar que logo as leis seriam divulgadas via Twitter.
Mas qual a relação entre tecnologia e religião? Hoje, essas duas áreas têm tudo a ver e estão cada vez mais próximas uma da outra. Católicos e evangélicos podem discordar em alguns pontos da prática cristã, mas em comum procuram se apropriar das maravilhas que o mundo high-tech oferece para chegar mais perto dos fiéis e propagar suas ideias.

A fé pode ser antiga, mas ela difundida de maneiras cada vez mais modernas. Já há alguns anos, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, responsável por realizar um dos eventos religiosos mais importantes do Recife durante o mês de dezembro, aposta na internet para facilitar a vida dos devotos da santa que não têm condições de se dirigir até o Morro da Conceição, na zona norte do Recife, para fazer seus pedidos ou agradecimentos.

Desde o início deste século, a paróquia dá aos católicos mais antenados a chance de acender uma vila virtual para Nossa Senhora da Conceição. Para isso, basta acessar o site www.morrodaconceicao.com.br. Lá, o usuário deve preencher um formulário com seu nome, email, cidade e estado e indicar a intenção do acendimento da vela. Há a opção de mostrar a intenção para os demais internautas ou não.

Por sua vez, os fiéis da Assembleia de Deus têm a sua disposição a Bíblia digital Glow. Trata-se de Bíblia pentecostal distribuída em três DVDs. O objetivo é tornar o estudo do livro sagrado, uma prática comum entre os evangélicos, mais interativo. Isso porque a ferramenta oferece mais de 500 passeios virtuais em 360 graus pela região onde Jesus Cristo viveu, mapas, 2.300 fotos em alta resolução e um documentário de pouco mais de três horas.

Para o universitário Jonas Medeiros, membro da Assembleia de Deus, o uso da tecnologia está longe de ser um pecado. “As animações da Bíblia são bem-feitas e dão uma noção melhor de onde se passaram os acontecimentos. Ficou bastante interessante”, diz. A única ressalva é quanto as especificações da ferramenta. “Ela requer bastante do PC”, afirma.

Os interessados em utilizar a Bíblia digital devem ter um PC com Windows XP, Vista ou Windows 7 e pelo menos 1 GB de memória RAM para Windows XP ou 2 GB de memória RAM para Vista ou Windows 7. O software ainda exige 18 GB de espaço livre no disco rígido e processador Dual Core ou superior. “Vale a pena. Quem conhece, não para de navegar”, garante a autônoma Kátia Melo, que investiu nos DVDs no fim do ano passado.

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