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terça-feira, 13 de julho de 2010

Casa e Família

Shiloh: ela quer ser menino?


Um comentário polêmico da atriz Angelina Jolie deixou uma interrogação na cabeça de pais do mundo inteiro. Mãe de seis filhos, entre eles três adotivos e três biológicos, a mulher de Brad Pitt disse, em entrevista à revista americana Vanity Fair, que sua herdeira mais nova, Shiloh, de 4 anos, "quer ser um menino". "Então, nós cortamos o cabelo dela curtinho. Ela gosta de usar tudo que seja de garoto. Ela pensa que é um dos irmãos", complementou a atriz, bissexual assumida. A frase acabou levantando a questão: será que é possível uma criança demonstrar uma tendência homossexual tão precocemente?

O consenso é de que, a princípio, as preferências de Shiloh pelo universo dos meninos não significa absolutamente nada, já que, segundo a psicóloga Adriana Nunan, crianças nessa idade gostam de experimentar tudo. "Da mesma forma que crianças brincam de casinha, de ser astronauta ou bombeiro, existem outras que gostam de se vestir de menino ou menina. Isso são mecanismos que a criança cria para lidar com o mundo", explica ela, que ainda assim aconselha: "Só é preciso estar atento se o comportamento começar a aumentar e a persistir. Nesse caso, seria bom procurar um psicólogo infantil especializado em sexualidade para descobrir o que está acontecendo".

Para a psicanalista Ângela Vilela, membro titular da Formação Freudiana, a atitude tomada pelo casal hollywoodiano é a mais aconselhável: 
deixar a criança à vontade para fazer o que considerar melhor, dentro do limite, é claro, do apropriado. Apesar disso, ela pondera que a decisão da Angelina de cortar os cabelos da filha pode representar uma projeção pessoal e não uma vontade da criança.

"Se a Shiloh apresenta identificações mais fortes com a figura masculina, imagino, pelo universo em que vivem, que seus pais não se prendam às determinações que vêm da cultura e da sociedade. Parecem ter feito a escolha de dar à criança a chance de expressar o que ela supõe ser. Não sei a que ponto essa suposição ganha reforço se analisarmos uma frase como 'Nós cortamos o cabelo dela curtinho'. 
Qual o olhar que esses pais têm sobre essa criança? Ela simplesmente se identifica com o universo masculino porque ele é mais interessante ao olhar dela ou realiza projeções dos pais?", questiona Ângela.
Cuidado com a projeção dos pais 
O passado e a história de vida paternos também podem influenciar as decisões dos filhos, segundo Ângela. "É sabido que a Angelina teve uma infância difícil e nenhuma criança escapa do inconsciente e dos desdobramentos da história de seus pais sobre elas. A forma como os pais lidam com a sexualidade dos filhos tem a ver com a própria sexualidade deles. Isso, é claro, afeta o imaginário e as fantasias que a criança tem de si mesma", observa.

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