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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Uso constante de analgésicos pode causar problemas de saúde

Utilização diária desse tipo de remédio pode provocar problemas renais e até  acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e disfarçar sintomas de doenças mais graves.


O analgésico parece indispensável pra muita gente, como a professora Fátima do Nascimento.“Tenho um problema de enxaqueca terrível. Fico tomando um, não passa, aí tomo outro, até passar”, explica.

Há mais de dez anos, o empresário Weyma Alves de Souza toma comprimidos, sem receita médica, e assume que sente alguns incômodos. “Sinto efeito no estômago, na cabeça, até mesmo no psíquico, psicológico, fico com mal estar, a cabeça meio zonza”, diz.

O problema é o excesso. Quem toma analgésico por mais de 15 dias no mês pode ter efeitos colaterais. “Pode gerar desde efeitos transitórios e simples, como um quadro de azia ou de mal-estar abdominal, até quadros graves, como insuficiência renal, levando o indivíduo a fazer hemodiálises”, explica o neurologista João José Carvalho.

O remédio pode até ter sido um dia prescrito pelo médico, mas isso não significa que a mesma fórmula deve ser repetida a cada nova dor. Muita gente, além de tomar analgésico por conta própria, não obedece a quantidade recomendada nem o intervalo entre as doses.

Os mais vendidos são aqueles a base de paracetamol, dipirona e ácido acetilsalicílico. O neurologista diz que, no caso de dor de cabeça, abusar de analgésicos pode agravar o problema.
“O indivíduo pode evoluir de dores de cabeça que lhe acomete de duas a três vezes por mês para o que nós chamamos de dor de cabeça crônica diária, que são aqueles indíviduos que têm dores todos os dias, e habitualmente tomam quatro, cinco ou seis comprimidos de analgésico diariamente”, avisa Carvalho.

O remédio pode ser mais eficiente se for tomados logo nos primeiros 15 minutos de dor. Na Universidade Federal do Ceará, esse grupo de professores e alunos orienta sobre o uso correto dos medicamentos e alerta: tomar muito analgésico pode mascarar doenças mais sérias.

“É preciso buscar a causa do problema para resolver. O analgésico é um paliativo, vai resolver momentaneamente, mas não vai tratar a causa do problema”, diz Miram Patente, professora da instituição.

Só no ano passado, o brasileiro gastou mais R$ 1,5 bilhão na compra de analgésicos. É bom lembrar: antes de tomar qualquer tipo de remédio, você deve procurar um médico ou tirar suas dúvidas.

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