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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pessoas com mais estudo lidam melhor com demência

Pessoas com mais estudo são mais capazes de lidar com os efeitos físicos da demência, e até mesmo um ano extra de educação pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença cerebral, disseram cientistas nesta segunda-feira.

As descobertas de pesquisadores do Reino Unido e da Finlândia podem ter importante implicação para a saúde pública num momento em que as populações de muitos países estão envelhecendo rapidamente e a expectativa é que os números de demência aumentem bruscamente.

Os pesquisadores descobriram que pessoas que vão para a universidade ou faculdade após saírem da escola parecem ser menos afetadas pelas mudanças do cérebro associadas à demência, do que aquelas que param de estudar mais cedo.

“O hábito de estudar mais não está associado a diferenças nos danos ao cérebro, mas as pessoas com ensino superior podem lidar melhor com esse prejuízo”, disse Hanna Keage da Universidade de Cambridge, que trabalhou no estudo com uma equipe anglo-finlandesa.

Durante a última década, os estudos sobre demência têm mostrado que quanto mais tempo se gasta em educação, mais baixo é o risco de demência -mas até agora os cientistas não sabiam se isso acontecia porque a educação de alguma forma protegia o cérebro contra os danos, ou porque tornava as pessoas mais capazes de lidar com o problema.

Neste estudo, publicado na revista Brain, exames “post mortem” mostraram que as alterações no cérebro foram semelhantes entre os que foram educados por mais tempo e aqueles que não foram, mas os efeitos da doença nas pessoas mais educadas foram atenuados pela maior capacidade de lidar com eles.

FORÇA PSICOLÓGICA
Keage disse que isto acontece devido à força psicológica, o que permite que aqueles com maior escolaridade pensem sobre os problemas apresentados por sua doença ou encontrem formas de superá-los.

Os pesquisadores ainda apuraram que para cada ano extra de educação houve uma diminuição de 11% no risco de desenvolver demência.

Cerca de 35 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem de demência. Sua forma mais comum é a doença de Alzheimer, em que os pacientes perdem gradualmente a memória, a capacidade de compreender o mundo e de cuidar de si próprias. Apesar de décadas de pesquisas, os médicos ainda têm poucas armas eficazes contra o problema.

Desenvolver formas de prevenção contra a demência está se tornando cada vez mais importante para os governos no mundo inteiro, pois espera-se que o número de casos duplique em 20 anos para 66 milhões em 2030 e mais de 115 milhões em 2050. Além disso, o custo para lidar com doenças ligadas ao envelhecimento da população está previsto para aumentar significativamente nas próximas décadas.

A equipe de Keage disse que nos Estados Unidos, por exemplo, se o início da demência pudesse ser atrasado por dois anos nas pessoas com idade acima de 50, haveria quase dois milhões a menos de casos de demência nos próximos 40 anos -uma redução que também diminuiria drasticamente os custos previstos da doença.

Os cientistas examinaram os cérebros de 872 pessoas que estiveram envolvidas em três grandes estudos sobre envelhecimento da população europeia e que, antes de sua morte, haviam completado questionários sobre educação, quando deixaram a escola e se foram para a universidade.

“Nosso estudo mostra que a educação nos primeiros anos de vida aparece para habilitar algumas pessoas para lidar com uma série de mudanças em seu cérebro antes de mostrar sintomas de demência”, disse Keage.

DA REUTERS

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