A política no Brasil tem dessas coisas: quem imaginava, por exemplo, que a verde Marina Silva iria fazer uma campanha franciscana, bem próxima à miserabilidade, cometeu um ledo engano. Na primeira declaração obrigatória, ontem, à justiça eleitoral dos recursos arrecadados, ela apresentou R$ 4,6 milhões de despesas, valor acima do tucano José Serra – R$ 3,6 milhões, de quem se esperava um montante só comparável ao de Dilma.
Marina só não bateu Dilma, a mais abonada de todos, que conseguiu quase o triplo dela – R$ 11,6 milhões. De onde vem o dinheiro de Marina? No seu estrato disponível na internet não encontrei a relação dos doadores, mas é possível que grande parte do valor que entrou nos cofres da campanha do PV tenha saído de doações do seu candidato a vice, que é um milionário, o dono da Natura – Guilherme Leal.
Marina está estimando gastar R$ 90 milhões, enquanto Dilma fala em R$ 157 milhões e Serra em R$ 180 milhões. Esses números, na verdade, estão minimizados, não podem servir de referência. Multiplique por dois o que cada candidato prevê de gastos.
Na contabilidade continua sem declaração o que entra pelo caixa dois, que, convenhamos, ainda é uma dinheirama, tanto numa eleição presidencial quanto nos Estados e no pleito proporcional.
CADÊ AS CONTAS?
Já em Pernambuco, nenhum dos candidatos entregou ainda ao Tribunal Regional Eleitoral a primeira prestação de contas referente ao trimestre da campanha. O prazo se vence na próxima sexta-feira. Com isso, é bem provável que os números só estejam disponíveis no site da justiça eleitoral lá para segunda-feira ou terça-feira. Fora Eduardo e Jarbas, cinco candidatos de partidos nanicos disputam o Governo e terão que prestar contas.
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