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sábado, 2 de outubro de 2010

Sem ser candidato, Lula aparece mais do que os principais candidatos no horário eleitoral

Fora da eleição presidencial pela primeira vez desde o regime militar, o presidente Lula chegou a aparecer mais no horário eleitoral gratuito do que todos os principais candidatos de São Paulo.


A Folha analisou a propaganda na TV entre os dias 13 e 17. Não estão computadas as inserções durante a programação das emissoras.

Com declarações de apoio, a soma de tempo de Lula superou as de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante (PT), José Serra, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (PV). Numa delas, o presidente compara Netinho (PC do B) a Barack Obama.

Neste período, Lula apareceu falando na TV durante mais de 15 minutos, o equivalente a 3% de todo o tempo de horário gratuito. O segundo lugar ficou com Alckimin, com 13 minutos.

Dilma vem logo atrás. O tempo de tela de Marina, um dos principais nomes da eleição, é pouco mais do que a metade do destinado a Lula.

Na noite de 15 de setembro, por exemplo, o presidente falou por 3min31s dos 50 minutos de horário eleitoral. Alckmin, em comparação, falou por 2min12s.

O espaço do presidente só não foi maior naquele dia do que as falas do tucano Aloysio Nunes, candidato ao Senado que teve o horário duplicado com a desistência do colega de chapa, Orestes Quércia (PMDB).

APENAS FOTOS
A superexposição de Lula ocorre porque ele ocupa horários destinados a vários tipos de candidatos. Aparece nos programas para presidente, governador, deputados e senador.

Dilma quase não ocupa horários fora do programa para presidente. Quem 'invade' o tempo da eleição legislativa pode ser punido.

No horário para deputados, o PT de São Paulo decidiu dar uma fala de 30s ao presidente em vez de mostrar seus candidatos, que só aparecem em fotos.

Na ocasião, o presidente diz que será preciso ter deputados que não deixem 'a turma do contra ficar inventando crise o tempo todo'.

O senador Romeu Tuma (PTB), que sequer é aliado do PT, usa em seu tempo de TV uma imagem de arquivo em que Lula conta como foi ajudado por ele quando esteve preso, no regime militar.

No horário para presidente, o PT ficou com 42,6% do tempo, contra 29,2% dos tucanos. Também tem direito a 230 inserções, contra 157 do PSDB. Na eleição estadual, o PSDB ficou com mais tempo.

O presidente do PT-SP, Edinho Silva, diz que o partido preparou uma estratégia de colar a imagem de Lula aos candidatos como forma de ressaltar a diferença com o grupo político do PSDB.

Ele afirma que não há problema nas aparições do presidente porque os programas não são feitos no expediente. 'Fora do horário de trabalho, ele é um líder político', diz.

Silva também afirma que a ideia de os candidatos a deputado não terem grande espaço na TV no Estado chegou a ser mal compreendida no partido no início, mas deve dobrar os votos na legenda.

FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO

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