Os secretários de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, e o subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, admitiram que os estados ainda não estão preparados para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com eles, uma constante preparação e aperfeiçoamento vem sendo realizados para situações de emergência, mas a dimensão do evento exige que a realidade das equipes policiais e de bombeiros, em três anos, assumam uma nova postura. As declarações foram concedidas em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (30), durante o primeiro simulado de emergência do Norte/Nordeste, realizado nos arredores do Terminal Integrado de Passageiros do Recife, no bairro do Curado.
De acordo com Damázio, a ação é a primeira de uma série de simulados de desastres e ações criminosas que será realizada pelas forças de segurança que atuam em Pernambuco, unindo polícias militares, civis e federais, promovendo uma integração entre as forças. "Esse será um evento ainda maior que o carnaval, que é o que temos de mais grandioso, e vai mobilizar muito de nossa atenção. Estamos preparados para os procedimentos, como já tivemos grandes jogos, mas esse é um evento muito grande e temos ainda muito trabalho pela frente", afirmou.
O simulado realizado no TIP contou com a participação de 250 pessoas, entre profissionais de segurança e resgate e figurantes, estudantes de enfermagem que participaram da iniciativa. A ação, que durou nove horas, incluiu situações de desinterdição de vias, em caso de protestos violentos, acidentes viários com resgate terrestre e aéreo, além de detecção, com o uso de cães farejadores, de objetos suspeitos, possíveis artefatos utilizados em atentados terroristas no metrô da cidade. A ação é uma das exigências da Fifa, para a realização dos jogos em cada uma das subsedes escolhidas para receber o evento e foi acompanhada de perto pelo coordenado do Grupo de Trabalho da Copa, em Pernambuco, Antônio Menezes, que trabalhou na preparação da segurança dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro.
No entanto, a iniciativa não foi realizada sob caráter oficial, uma vez que o estado ainda não foi notificado pela federação máxima de futebol. "Essa foi uma escolha nossa e não será o único trabalho que realizaremos. Temos que desenvolver e capacitar o pessoal para que todos estejam prontos, por isso nos antecipamos", esclarece o coordenador do Gabinete de Gerenciamento de Crises da Secretaria de Defesa Social, Ivanildo Torres.
Uma comissão do Rio de Janeiro, liderada pelo subsecretário de segurança pública, Roberto Sá, acompanhou todos os trabalhos realizados no Recife. Segundo ele, sua equipe deverá acompanhar todas as iniciativas do gênero para estudar as situações de emergência e adaptá-las à realidade carioca. "Não tive conhecimento de nenhuma outra ação deste tipo no país, então acho importante que Pernambuco tenha começado essa questão, já que tem feito um importante trabalho de segurança pública. Gostaria de dizer que estamos mais preparados, mas temos que correr, já que teremos um grande evento internacional por ano até 2016", concluiu.
Por Ed Wanderley
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