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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pesquisa revela que os brasileiros estão cada vez mais conectados

Este pode até ser o ano dos smartphones, mas ainda falta um bocado para que os celulares inteligentes virem preferência absoluta entre os consumidores brasileiros. Uma pesquisa divulgada ontem mostra que, para 47% da população, a próxima compra de eletrônicos será um computador. O estudo, organizado pela Intel, também revela a tendência de individualização: entre os que pretendem adquirir um PC, 89% optarão por um notebook. Segundo estimativas da empresa (uma das maiores fabricantes de processadores), a produção do setor deve triplicar até 2015.

Hoje, há uma média de 1,2 computador por residência no Brasil. Muitas dessas máquinas são compartilhadas entre os membros da família, mas, cada vez mais, esse cenário deve mudar. “À medida que nos tornamos fortes utilizadores desse tipo de tecnologia, surgiram disputas dentro do lar para ver quem iria mexer no computador”, observa Cássio Tietê, diretor de marketing da Intel Brasil. Foi o que ocorreu com o estudante Renato Alves Barbosa Júnior, 23 anos. Mesmo com um desktop em casa, a mãe do rapaz comprou dois notebooks, há cerca de um mês; um para Barbosa e outro para o irmão dele. “O novo PC dá um conforto muito maior, facilita na hora de fazer os trabalhos de faculdade”, conta o jovem.

A tendência de individualização cresce em todo o país, mas é no Centro-Oeste que ela mais se destaca. Conforme a pesquisa da Intel, os notebooks representam 25% dos computadores da região. “As pessoas procuram exclusividade e personalização, ainda mais com a atual convergência de mídias”, aponta Tietê. As vantagens do portátil levaram a enfermeira Michelle Regina Faria, 28 anos, a manter a preferência pelo notebook, embora tenha um computador de mesa em casa. “Meu antigo laptop quebrou e precisei comprar um novo. É muito tranquilo, porque posso levar para o trabalho ou para dar aulas”, diz.

A opinião de consumidores como Michelle e Renato Barbosa é o que impulsiona as estimativas da Intel. A empresa espera que a média de computadores por residência chegue a 1,5 nos próximos três anos — o atual índice em países como os Estados Unidos. A fabricante também não se intimida com os prognósticos para a indústria de tablets, anunciados, muitas vezes, como os substitutos dos notebooks. “Os tablets focam no consumo de conteúdos, mas, no Brasil, temos o costume de criar e compartilhar conteúdos, algo que é facilitado em laptops”, afirma Cássio Tietê. “Além disso, os tablets ainda são exclusivos para uma camada muito rica da população.”

O estudo divulgado ontem também revelou a forte relação entre os brasileiros e a internet. “Ter um computador e acessar a rede são coisas intimamente ligadas por aqui”, aponta Tietê, tanto que 90% das pessoas sem PCs em casa dão um jeito de navegar, seja no trabalho, na casa de amigos ou em lan houses. Esse fator, diz o diretor de marketing da Intel, também faz do Brasil um dos mercados mais promissores para a empresa. “Na Índia e na China (outros mercados emergentes), as pessoas que não têm computador sequer sabem o que é isso. Aqui, nossa natureza sociável já fez com que internet e PCs se tornassem algo simbiótico.”

Disputa acirrada
O diretor de marketing da Intel também não acredita que os smartphones possam roubar uma fatia de mercado dos PCs. Embora a Intel tenha anunciado uma parceria com o Google para a produção de celulares inteligentes, computadores continuarão sendo alvo da companhia, ainda mais por conta do perfil dos usuários brasileiros. “Eu uso o notebook para falar com amigos e fazer downloads de músicas e de filmes. Não posso fazer isso no telefone”, comenta a turismóloga Débora Nunes, 29 anos. A previsão é de que, este ano, sejam vendidos cerca de 10 milhões de smartphones no Brasil e 18 milhões de PCs, uma marca 20% maior que a registrada no ano passado, quando foram comercializadas 14 milhões de unidades.

Embora a Intel levante a bandeira dos notebooks, até 2013 a empresa espera fazer sucesso com outro tipo de aparelho: o Ultrabook. Anunciado em maio deste ano, o portátil será mais fino e terá melhor desempenho de bateria, além de recursos de segurança acoplados à arquitetura da máquina. A ideia é que o Ultrabook responda por 40% dos equipamentos vendidos pela companhia dentro de dois anos. “Nosso esforço é para que ele custe menos de US$ 1 mil nos Estados Unidos”, diz Cássio Tietê. Ainda não há estimativas sobre quanto o dispositivo deve custar no Brasil.

Praticidade de bolso
No início deste ano, consultorias anunciaram que a venda de celulares inteligentes havia ultrapassado, pela primeira vez, a de PCs. A tendência começou ainda no último trimestre de 2010, impulsionada pelas vendas em países ricos. Segundo a IDC, nos três últimos meses do ano passado, as vendas de smartphones chegaram a 100,9 milhões de unidades, enquanto 92,1 milhões de computadores foram vendidos em todo o mundo.

Por Carolina Vicentin*, do CORREIO BRAZILIENSE

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