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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nos 10 anos do tri, Guga vê tênis brasileiro vivo com Larri e Bellucci

'Ter o nosso melhor treinador ao lado do nosso melhor jogador tem uma representatividade muito grande', acredita Guga

Nos 10 anos do tri, Guga vê tênis brasileiro vivo com Larri e Bellucci
No dia 10 de junho de 2001, Gustavo Kuerten conquistava o tricampeonato no saibro francês
Em 1997, um brasileiro de 20 anos, cabeludo e vestido com uniforme carnavalesco, foi o terceiro jogador da história de Roland Garros a ganhar o título sem jogar como cabeça de chave. Em 2000, provou sua capacidade ao conquistar o bicampeonato e, no dia 10 de junho de 2001, consolidou a posição como um dos melhores tenistas da história ao faturar o tri em Paris. Exatamente 10 anos depois, Gustavo Kuerten pensa nas Olimpíadas do Rio de Janeiro-2016 e vê o tênis nacional vivo com o técnico Larri Passos ao lado de Thomaz Bellucci.

"Ter o nosso melhor treinador ao lado do nosso melhor jogador tem uma representatividade muito grande. É igual àquele momento em que eu e o Larri estávamos jogando os principais torneios", afirmou Guga logo após retornar da viagem à França para acompanhar Roland Garros. Das tribunas, ele torceu freneticamente por Bellucci, eliminado pelo local Richard Gasquet na terceira rodada, e rememorou seu último título no Grand Slam do saibro.

No final de 2000, após vencer o norte-americano Andre Agassi na decisão da Masters Cup de Lisboa, Gustavo Kuerten assumiu a liderança do ranking mundial. Ele começou a temporada seguinte em alta ao triunfar em Buenos Aires e Acapulco. Na reta final da preparação para Roland Garros, ganhou o Masters Series de Montecarlo e foi vice em Roma. Como número 1 do mundo e defensor do título, tornou-se o homem a ser batido no Grand Slam francês.

No caminho para o tri, Guga enfrentou rivais como o russo Yevgeny Kafelnikov e o espanhol Juan Carlos Ferrero, dois top 10, mas viveu o momento mais emocionante da carreira contra o desconhecido norte-americano Michael Russel nas oitavas de final, quando usou a raquete para desenhar um coração no saibro após a vitória, gesto repetido na final. Além de recordar o tricampeonato, o brasileiro revelou que está começando a colocar em prática um programa de formação de jogadores, visando às Olimpíadas de 2016.

ROLAND GARROS-2001
Essa conquista é a mais emocionante. No jogo contra o Russel, eu vivi, sem dúvida nenhuma, o momento mais forte da minha carreira em termos emotivos, mesmo sendo uma partida na quarta rodada e contra um rival aparentemente desconhecido [era o 122º do ranking da ATP], algo que não indicava um jogo dos mais difíceis. Depois de salvar um match-point e ganhar, eu saí da quadra com uma sensação de felicidade e de cumplicidade com o tênis quase irreal. Depois daquele drama, saí com a convicção de que ganharia o torneio.

RETA FINALTudo se tornou muito especial a partir daquele jogo. As coisas ficaram mais intensas, tive um envolvimento interior ainda maior, de alma, de emoção. Tudo isso que veio daquela quarta rodada contra o Russel foi consagrado na final contra o [espanhol] Alex Corretja. O grau de importância dos três títulos de Roland Garros talvez seja o mesmo, mas cada conquista é diferente da outra. A que teve mais vibrações, mais emoção e muito mais intensidade foi a de 2001. Para mim, o que ficou mais marcado foi o coração desenhado na quadra depois da final.

THOMAZ BELLUCCI + LARRI PASSOS
Quando me consultaram no começo da parceria, eu respondi dizendo que o Larri atende a todas as esferas do desenvolvimento do tênis. Ele é o melhor treinador que temos disponível no Brasil e está entre os melhores do mundo. Ter o nosso melhor treinador ao lado do nosso melhor jogador tem uma representatividade muito grande e atinge o tênis em todos os outros níveis, desde os amadores, passando pelos iniciantes e até os profissionais. Isso contagia, é igual àquele momento em que eu e o Larri estávamos jogando os principais torneios.

O TÊNIS BRASILEIRO VIVO
Apesar do pouco tempo de parceria [ambos estão na primeira temporada juntos], o Larri já está conseguindo tirar um pouco mais do Thomaz, que vem conquistando cada vez mais espaço. A imagem do Larri, pela trajetória que ele teve comigo, contribui para criar um grau maior de atenção das pessoas e isso traz o tênis de volta, dá vida ao tênis novamente. No começo, eu já sabia que essa parceria seria de fundamental importância para o tênis brasileiro. Apesar do pouco tempo de trabalho deles, já percebemos uma nova realidade.

10 ANOS DEPOIS...
Na minha realidade atual, tenho muitos objetivos ligados ao tênis e isso me deixa contente. Eu gosto de continuar próximo do esporte que faz parte da minha vida, me faz muito bem e ainda tenho muitas metas a conquistar. Tenho meu Instituto em Floripa e estamos começando a elaborar projetos de alto rendimento.

JOGOS OLÍMPICOS DO RIO DE JANEIRO-2016Finalmente, estamos começando um projeto visando às Olimpíadas do Rio de Janeiro. Ganhar uma medalha em 2012 ou 2016 seria ótimo, mas também é fundamental criar uma engrenagem no tênis brasileiro de formação constante de jogadores e treinadores. Às vezes, focam muito o jogador e esquecem que para ter um jogador é preciso ter um treinador. Com um bom técnico, você consegue formar vários jogadores.

O QUE SERIA UM GRAND SLAM FORA DA QUADRA
É difícil apontar o que realmente faria a diferença: formar um novo ganhador de Grand Slam, um novo top 10... Vejo as coisas de uma forma mais geral. Estamos contribuindo objetivamente com o tênis brasileiro. Já fizemos duas edições da Semana Guga, neste ano tem a terceira e está sendo muito positivo. Eu diria que o maior sonho é ter uma estrutura organizada, com o vôlei como referência. Vejo as pessoas e a Confederação Brasileira de Tênis empenhadas. É necessário valorizar o trabalho do Larri junto aos nossos jogadores mais jovens e criar algo que possa vinculá-lo aos juvenis.

Por ESPN.com

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