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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Risco de ataque cardíaco pode triplicar durante jogos da Copa

Emoção, comida salgada e álcool aumentam o risco de problemas.
Confira dicas para proteger o coração quando o Brasil entrar em campo.

O coração dos brasileiros vai bater forte quando a seleção entrar em campo, daqui a pouco mais de duas semanas. E não é modo de dizer. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Munique no último mundial mostrou que, entre os alemães do sexo masculino, o risco de eventos cardíacos graves, como infartos, pode triplicar.
Foi o que ocorreu em 1994 com o professor universitário Renato Ladeia. Ele tinha 46 anos quando passou mal enquanto Brasil e Itália decidiam a Copa nos pênaltis. "Senti um pouco de pressão no peito, mal-estar, muita angústia. Foi muita ansiedade vendo aquele jogo", conta.
Levado ao hospital enquanto os rojões comemoravam o tetracampeonato, ele foi liberado pelos médicos, mas o infarto veio três meses depois. Com dois stents ("molas" que liberam a passagem do sangue) no coração, Ladeia pretende ficar longe da TV nos jogos da África do Sul. "Sou uma pessoa muito tensa. Nos jogos de futebol eu chuto junto com o jogador."

DICAS DOS MÈDICOS PARA NÂO SOBRECARREGAR O CORAÇÂO DURANTE A COPA
Alimentos e bebidas 'proibidos'
Ícone churrascoComidas muito salgadas (atenção ao churrasco e à pipoca)
Elas aumentam a pressão sanguínea.
Ícone bebidas - 100 pxBebidas alcoólicas
Também aumentam a pressão e podem causar arritmia.
 
Cafeína
Não só o café, mas chás e refrigerantes ou bebidas que contenham a substância fazem o coração acelerar.

Medicamentos que podem ajudar
Ícone maracujáPodem ser usados calmantes fitoterápicos, como o maracujá,  por exemplo, que não precisam de prescrição médica.


Ícone remédioQuem já usa remédios para o coração pode consultar seu médico para saber se é possível tomar os medicamentos antes do jogo


Coração corinthiano
O testemunho dos cardiologistas confirma que o coração do brasileiro sofre. "Em jogos de campeonato [regional], em fins de semana, as pessoas já passam muito mal", conta o médico Carlos Alberto Pastore, do Instituto do Coração (InCor).

"No dia do Jogo do Santos contra o Santo André, na final do campeonato Paulista, tivemos dois infartados", confirma o médico Nabil Ghorayeb, presidente do Grupo de Estudos em Cardiologia do Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo os médicos, quem corre mais risco são as pessoas que já têm problemas no coração e não costumam se cuidar. "Às vezes o primeiro sintoma de uma pessoa que tem colesterol e pressão alta é o derrame ou o infarto", explica Pastore.
No caso de Ladeia, que era magro, bebia pouco e não fumava, a vilã foi a vida sedentária. "Hoje faço caminhada e esteira diariamente. Tenho forma física melhor do que antes do infarto", comenta.
Churrascão verde e amarelo
Além da tensão de ver a seleção em campo, os comes e bebes que acompanham os jogos de futebol não costumam ajudar quem sofre de problemas cardiovasculares. Pratos muito salgados – churrasco e pipoca, por exemplo – aumentam a pressão sanguínea, elevando o risco de acidentes.
Para quem já sabe que vai passar mal, Ghorayeb aconselha calmantes naturais, como o maracujá. Já Pastore diz que, para quem toma remédios para o coração, é possível consultar o cardiologista sobre a possibilidade de ingerir a medicação um pouco antes do jogo.A tradicional cervejinha também é perigosa para quem não está em dia com o coração. "A bebida aumenta muito a pressão", explica Pastore. E mesmo com outras bebidas, o ideal é evitar o que tem cafeína, como energéticos, chás e alguns refrigerantes.
Pesquisa brasileira
Os dois médicos ressaltam, porém, que em último caso a melhor solução é arrumar um bom passatempo e se afastar da TV no momento em que os jogadores brasileiros entrarem em campo na África, como fará Ladeia.
Considerando os dados levantados pela Universidade de Munique, as mulheres estão mais protegidas do que os homens no Mundial. Nos dias em que os alemães entraram em campo, o risco de torcedores do sexo masculino terem problemas cardíacos foi multiplicado por 3,26, enquanto para as torcedoras o fator foi de 1,8 vez em relação ao período fora da competição.
Para descobrir se o número se repete entre os brasileiros, Ghorayeb pretende levar a cabo uma pesquisa semelhante no Brasil durante a Copa da África do Sul. "Vamos fazer o estudo em no mínimo sete cidades diferentes", conta.
O palpite do cardiologista é de que aqui os corações batem com mais intensidade. "O nosso país é mais latino. O fanatismo aqui é muito mais exuberante", arrisca.

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