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quinta-feira, 13 de maio de 2010

‘Achei que tudo tinha acabado para mim’, diz mãe atropelada com bebê

Filha de 4 meses ficou enroscada em carro, que fugiu do acidente.
Criança teve arranhões; mãe também escapou sem ferimentos graves.


Dois dias após ser atropelada junto com a filha de 4 meses em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, Taís Menezes de Moraes Pinto, 20 anos, resolveu parar de trabalhar momentaneamente para não sair do lado da criança. O acidente aconteceu na manhã de terça-feira (11), quando Taís atravessava a Avenida São Miguel para pegar ônibus. Segundo a jovem, a motorista passou no sinal vermelho. O bebê ficou preso no capô do carro e foi encontrado cerca de meia hora depois, a 500 metros do local do acidente.
“Esperei o sinal ficar vermelho, veio o carro e me atropelou. Na hora do impacto do carro a minha filha caiu dos meus braços. Eu caí no chão e achei que ela também tinha caído. Levantei com tudo para procurá-la. As pessoas disseram que ela ficou enroscada no capô do carro, mas a motorista não parou”, contou a mãe da criança.
Os momentos seguintes foram os piores de sua vida, segundo a jovem. “Quando fiquei sabendo que minha filha tinha ficado no carro eu achei que tudo tinha acabado para mim, achei que ela não ia sobreviver. Eu fiquei desesperada, igual louca gritando na rua, achei que ia perder minha filha”.
A criança só foi encontrada após a chegada da polícia e uma busca por hospitais da região. Um dos policiais escutou um choro de bebê e encontrou Thalya no canteiro central da avenida, a cerca de 500 metros do local onde mãe e filha foram atropeladas. “Ali tem uma curva, então minha filha deve ter caído do carro. Achei que quando a encontrasse ela já ia estar sem vida. Foi sorte, tudo foi sorte, esse acidente foi Deus que salvou.”
A jovem só se acalmou quando os bombeiros disseram que Thalya havia sofrido apenas alguns arranhões. A equipe de resgate disse à mãe que sua filha nasceu de novo. Em seguida, as duas foram para o hospital. Taís teve alguns hematomas por causa do impacto da batida e sua filha ficou em observação por 12 horas.
Confronto com a motorista
Na delegacia, onde foi registrar o boletim de ocorrência, a dona de casa se encontrou com a motorista que lhe atropelou. A mulher, apesar de ter fugido do local do acidente, foi liberada pelo delegado responsável por ter se apresentado à polícia horas depois do acidente – apesar de estar dirigindo sem habilitação.
Taís conta que a motorista disse não ter visto que ela estava com um bebê no colo e imaginou, após o impacto, que se tratava de um assaltante. “Ela disse que não conseguiu enxergar, que o vidro estava embaçado. Mas mesmo com a minha nenê presa no carro ela não viu? Se ela não viu a minha filha, como ela estava enxergando os carros?”, indagou a jovem.
A motorista de 36 anos estava no carro em companhia dos dois filhos e de um sobrinho. Ela contou à polícia que o semáforo estava aberto no momento em que passava pela faixa e que chegou a olhar, mas não viu ninguém. A motorista também disse que só foi perceber que a criança havia ficado presa ao chegar em casa e ver um cobertor enroscado no carro.
O boletim de ocorrência registrou lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e direção sem permissão ou habilitação. A jovem contou que pretende entrar com representação contra a condutora do veículo.
Desconfiança
Apesar de não ter deixado marcas físicas, o acidente causou traumas para Taís. Além de não sair do lado da filha – ela ainda não remarcou a faxina que faria na terça-feira – a jovem também contou ter medo de atravessar ruas e que está muito mais atenta. “Olho bem para ver se os carros pararam. Já atravessei a avenida de novo com o meu marido, mas tomei muito cuidado”, contou.
Na criança, entretanto, o acidente parece não ter causado traumas. Segundo a mãe, a menina ficou um pouco mais agitada no dia seguinte, mas agora já voltou ao normal – calma e sorridente. “Eu acho que porque ela é pequena ela não sabe de nada. Mas já estou até com o jornal guardado aqui, vou guardar para mostrar para ela o que aconteceu. Acho que nem ela vai acreditar que sobreviveu a um acidente desses.”

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