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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fim de regionalização da Copa gera choque térmico e mais de 2 voltas ao mundo em viagens

Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, prometeu-se que a grande extensão do país não seria um problema e que a disputa seria regionalizada. Assim como outros assuntos ligados ao Mundial, porém, o tempo passa e percebe-se que nem tudo o que foi prometido vai acontecer.

A ideia era que, por exemplo, uma seleção jogasse toda a primeira fase no Nordeste ou somente no Sul do país, onde as temperaturas são mais baixas nos meses de junho e julho. Só que a tal ideia foi por água abaixo.

Definidas as datas e locais das partidas da Copa, já é possível observar que muitas seleções vão sofrer com grandes deslocamentos de distância e com radicais mudanças de tempatura ao longo da primeira fase.

É o caso do adversário do Brasil na estreia do Mundial, dia 12 de junho de 2014, no futuro estádio do Corinthians - fora o time-sede, todos os outros estão indefinidos. Depois de jogar com a seleção, em São Paulo, esta equipe terá que ir a Manaus e a Recife nas demais rodadas da fase de grupos, totalizando um total de 5522 km viajados. Só uma seleção vai passar mais tempo no avião, o quarto representante do grupo G - serão 5598 km.

No total de todos os times, serão percorridos 90735 km em solo brasileiro durante as competições, o equivalente a mais de duas voltas ao mundo. Isso se forem realizados voos diretos, sendo que a maioria deles não existem hoje em dia. Talvez grandes seleções consigam fretar voos, mas para o torcedor, atualmente, ir de Manaus a Recife, por exemplo, exige fazer até quatro escalas.

Mas alguns cabeças de chave de chave de grupo, necessariamente equipes de tradição em Mundiais, acabaram se beneficiando. Só três seleções vão se manter em uma mesma região do país durante a primeira fase, duas delas cabeças de chave – H1, no Sudeste e G1, no Nordeste. Outros dois cabeças vão mudar de regiões, mas sempre atuando entre cidades próximas: C1 e F1 jogam em Belo Horizonte, Brasília e Cuiabá e Rio, BH e Porto Alegre, respectivamente.

O D1, por outro lado, vai sentir na pele a complexidade do Brasil. Além de ser a quarta seleção que mais viajará durante o Mundial, pode enfrentar uma diferença térmica de até 18°C ao estrear em Fortaleza, ir a São Paulo e voltar a Natal. O representante E4, que começa a Copa em Porto Alegre e Curitiba, capitais mais frias do país, encerra a fase de grupos em Manaus, onde pode enfrentar até 35°C. Já a seleção D4 estreia na quente Cuiabá antes de jogar em Porto Alegre e Curitiba.

"Sem dúvida é uma diferença de temperatura grande, somada a uma viagem que também vai ser outro fator determinante. Com certeza não é a situação ideal para se ter um bom desempenho físico. É uma amplitude muito grande e vai sim trazer prejuízos, principalmente pensando nos 35°C de Manaus. Se a gente imaginar uma variação de 8°C para 35°C, é algo que deveria ter uma semana de adaptacão", analisa o fisiologista Turíbio Leite.

Veja quanto percorrerá cada seleção:
Grupo A (oitavas em Belo Horizonte ou Fortaleza)A1/Brasil - São Paulo, Fortaleza e Brasília (4055 km de deslocamento; classificando-se como líder, a seleção brasileira pode percorrer 8771 km até a final)
A2 - São Paulo, Manaus e Recife (5522 km de deslocamento)
A3 - Natal, Fortaleza e Recife (1064 km de deslocamento)
A4 - Natal, Manaus e Brasília (4697 km de deslocamento)

Grupo BB1 – Salvador, Rio de Janeiro e Curitiba (1884 km de deslocamento)
B2 – Salvador, Porto Alegre e São Paulo (3155 km de deslocamento)
B3 – Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo (1932 km de deslocamento)
B4 – Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba (2225 km de deslocamento)

Grupo CC1 – Belo Horizonte, Brasília e Cuiába (1497 km de deslocamento)
C2 – Belo Horizonte, Natal e Fortaeza (2266 km de deslocamento)
C3 – Recife, Brasília e Fortaleza (3344 km de deslocamento)
C4 – Recife, Natal e Cuaiaba (2777 km de deslocamento)

Grupo DD1 – Fortaleza, São Paulo e Natal (4688 km de deslocamento)
D2 – Fortaleza, Recife e Belo Horizonte (2268 km de deslocamento)
D3 – Manaus, São Paulo e Belo Horizonte (3178 km de deslocamento)
D4 – Manaus, Recife e Natal (3086 km de deslocamento)

Grupo EE1 – Brasília, Salvador e Manaus (3665 km de deslocamento)
E2 – Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro (1756k m de deslocamento)
E3 – Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro (3512 km de deslocamento)
E4 – Porto Alegre, Curitiba e Manaus (3289 km de deslocamento)

Grupo FF1 – Rio de Janeiro, Belo Horizonte e PortoAlegre (1680 km de deslocamento)
F2 – Rio de Janeiro, Cuiabá e Salvador (3490 km de deslocamento)
F3 – Curitiba, Belo Horizonte e Salvador (1784 km de deslocamento)
F4 – Curitiba , Cuiába e Porto Alegre (2981 km de deslocamento)

Grupo GG1 – Salvador, Fortaleza e Recife (1657 km de deslocamento)
G2- Salvador, Manaus e Brasília (4537 km de deslocamento)
G3 – Natal, Fortaleza e Brasília (2122 km de deslocamento)
G4 – Natal, Manaus e Recife (5598 km de deslocamento)

Grupo HH1 – Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo (696 km de deslocamento)
H2 – Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba (1877 km de deslocamento)
H3 – Cuiabá, Rio de Janeiro e Curitiba (2250 km de deslocamento)
H4 – Cuiabá, Porto Alegre e São Paulo (2193 km de deslocamento)

por Julio Gomes e Lucas Borges, da redação do ESPN.com.br

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