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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Segundo psicólogos, gratidão faz bem à saúde

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As festas de final do ano, como o Natal, podem ser os feriados mais infernais do ano para os nutricionistas e produzir uma série de histórias de brigas entre familiares bêbados, com as quais os psiquiatras vão lidar mais tarde. Porém, recentemente, elas são as festas favoritas dos psicólogos que estudam as consequências do ato de agradecer.

Cultivar uma "atitude de gratidão" tem sido associado a bons hábitos de saúde, sono mais tranquilo, menos ansiedade e depressão, maior satisfação com a vida em longo prazo e à gentileza no trato com os outros, incluindo parceiros românticos. Um novo estudo mostra que se sentir grato faz com que as pessoas tenham menos probabilidade de se tornar agressivas quando são provocadas, o que ajuda a explicar por que tantos cunhados sobrevivem ao Dia de Ação de Graças sem ferimentos graves.

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Mas e se você não for do tipo grato? Ouvi orientações de psicólogos que fizeram da gratidão um tópico candente de pesquisa. Aqui vão os conselhos deles para que tiremos as melhores lições possíveis do Dia de Ação de Graças:

MSNComece com uma "gratidão light"
Esse é o termo usado por Robert A. Emmons, da Universidade da Califórnia, em Davis, para se referir à técnica utilizada nos experimentos pioneiros que realizou junto a Michael E. McCullough, da Universidade de Miami. Eles instruíram um grupo de pessoas a manter um diário com uma lista de cinco coisas pelas quais elas se sentiam gratas, como a generosidade de um amigo, algo que tinham aprendido ou um pôr do sol do qual tinham gostado.

O diário de gratidão era curto - apenas uma frase para cada uma das cinco coisas - e escrito apenas uma vez por semana. Porém, após dois meses, efeitos significativos já se apresentavam. Comparadas ao grupo-controle, as pessoas que mantiveram o diário de gratidão estavam mais otimistas e se sentiam mais felizes. Elas relataram menos problemas físicos e se exercitaram por mais tempo.

Outros benefícios foram observados em um estudo sobre pessoas que sobreviveram à poliomielite e outras com problemas neuromusculares. As que mantiveram um diário de gratidão relataram se sentir mais felizes e otimistas do que o grupo-controle, e esses relatos foram corroborados por observações de seus cônjuges. As pessoas gratas também costumavam adormecer mais rápido, dormir mais e acordavam se sentindo mais revigoradas.

"Se você quiser dormir com mais tranquilidade, conte bênçãos, não ovelhas", aconselha Emmons em seu livro "Thanks!" ("Obrigado!"), que relata sua pesquisa sobre o tema da gratidão.

Não confunda gratidão com dívida
NYTimesClaro, você pode se sentir obrigado a retribuir um favor, mas isso não é gratidão, pelo menos não como os psicólogos a definem. Uma dívida remete a um sentimento negativo e não gera os mesmos benefícios que a gratidão, que faz com que você seja bom com qualquer pessoa, não apenas com um benfeitor.

Em um experimento realizado na Universidade Northeastern, em Boston, Monica Bartlett e David DeSteno sabotaram o computador de cada um dos alunos participantes e conseguiram um outro aluno para consertá-lo. Em seguida, os alunos que tinham sido ajudados ficaram mais suscetíveis a se voluntariar para ajudar alguém - outro estranho - com uma tarefa não relacionada. A gratidão gerou um karma bom. E se ela funciona com estranhos...

MSNExperimente com a sua família
Não importa o quão disfuncional for a sua família; a gratidão ainda pode dar certo, diz Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, em Riverside.

"Faça algo pequeno, discreto, atencioso ou generoso para cada membro de sua família em ocasiões como o Dia de Ação de Graças", ela aconselha. "Diga obrigado por cada gesto atencioso ou gentil. Expresse sua admiração pela habilidade ou pelos talentos de alguém - por como a pessoa segura a faca de cozinha de modo magistral, por exemplo. E escute de verdade, mesmo quando o seu avô estiver chateando você novamente com a mesma história da Segunda Guerra Mundial".

Não contra-ataque
MSNSe você insultou alguém no último Dia de Ação de Graças, considere um experimento recente da Universidade de Kentucky. Depois de escrever uma redação, alguns dos estudantes receberam elogios, enquanto outros ouviram uma avaliação contundente: "Essa é uma das piores redações que eu já li!".
Em seguida, cada aluno experimentou um jogo de computador contra a pessoa que tinha feito a avaliação. Cada vencedor do jogo poderia, então, direcionar uma explosão de ruído branco ao perdedor. Como era previsível, alguns dos estudantes insultados se vingaram dos seus críticos, submetendo-os a níveis de ruídos brancos especialmente mais altos - muito mais altos do que o ruído gerado pelos alunos que tinham recebido elogios.
Mas houve uma exceção a essa tendência entre uma parte dos alunos: os que tinham sido instruídos a escrever redações sobre as coisas pelas quais eram gratos. Depois de relatar as bênçãos que tinham recebido, eles não se sentiram incomodados com as críticas desagradáveis - ou pelo menos não se sentiram compelidos a intensificar o barulho contra seus críticos.

"A gratidão é mais do que apenas sentir-se bem", diz Nathan DeWall, que liderou o estudo em Kentucky. "Ela ajuda as pessoas a se tornarem menos agressivas, fazendo com que elas tenham mais empatia. É uma emoção democrática. Qualquer uma pode senti-la e se beneficiar dela, mesmo o mais excêntrico dos tios na mesa de jantar de Ação de Graças".
MSNCompartilhe os sentimentos
Por que a gratidão faz tão bem?
"Mais do que outras emoções, a gratidão é a emoção de amizade", diz McCullough. "Ela é parte de um sistema psicológico que leva as pessoas a elevar o valor que atribuem às outras. A gratidão é o que acontece quando alguém faz com que você perceba que importa mais para aquela pessoa do que você pensava".

Faça uma visita de agradecimento
Esse exercício, recomendado por Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, começa com a escrita de uma carta de 300 palavras a alguém que mudou sua vida para melhor. Seja bem específico sobre o que a pessoa fez e sobre como isso afetou você. Entregue a carta pessoalmente, de preferência sem informar a pessoa com antecedência sobre o motivo da visita. Quando você estiver lá, leia o texto lentamente para seu benfeitor.
"Daqui a um mês, você vai estar mais feliz e menos deprimido", garante Seligman em seu livro "Flourish" ("Prospere").
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Contemple um poder maior
Pessoas religiosas não agem necessariamente com mais gratidão em uma situação específica, mas pensar sobre a religião pode levar as pessoas a sentir e agir com mais gratidão, como demonstraram experimentos conduzidos por Jo-Ann Tsang e seus colegas da Universidade de Baylor, em Waco, Texas. Outra pesquisa indicou que a oração é capaz de aumentar a gratidão.
Aposte em uma gratidão profunda
Quando você já tiver aprendido a contar bênçãos, segundo Emmons, você poderá pensar grande.

"Nossa cultura perdeu o sentimento profundo de gratidão pela liberdade de que desfrutamos e desenvolveu uma falta de gratidão para com aqueles que perderam a vida na luta pela liberdade, além de uma falta de gratidão por todas as vantagens materiais de que dispomos", diz ele . "O foco da ação de graças deve refletir como nossa vida está muito mais confortável graças aos sacrifícios daqueles que vieram antes de nós".
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E se isso parecer muito difícil, você pode pelo menos dizer a si mesmo...

Olha, poderia ser muito pior. Quando seus familiares o forçam a ver fotos em telefones, seja grato porque eles não têm mais acesso a projetores de slides. Quando sua tia começar a falar de política, fique contente porque ela não tem um cargo administrativo. Em vez de se concentrar no peru seco e sem gosto que está em seu prato, seja grato pelas seis horas de preparo do alimento; elas assaram todas as bactérias tóxicas.

Será que isso é pedir demais? Quando todo o resto der errado, lembre-se do mantra pronunciado pela personagem que interpreta uma vítima da Peste Negra na série cômica Monty Python: "Ainda não estou morto". Tudo depende do ponto de vista.

The New York Times

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