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domingo, 10 de janeiro de 2010

Todos estão de olho na herança de Clodovil

Quando foi lido o testamento do ex-deputado Clodovil Hernandes, em março do ano passado, revelou-se que o estilista havia deixado todos os bens e capital para a realização de um sonho: abrir uma instituição para acolher meninas de rua, em São Paulo. A entidade deveria ter o nome da sua mãe adotiva, a espanhola Isabel Sánchez. Quase um ano depois de morrer, o desejo póstumo registrado em cartório pode não se concretizar por falta de dinheiro. Ao processo de inventário que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo estão sendo anexadas todas as ações de danos morais que eram movidas contra ele. Até um suposto parente apareceu querendo participar da partilha, informou o Correio Braziliense.

Entre os credores de Clodovil, há gente famosa, como a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), desafeto número um. A petista quer receber R$ 200 mil do falecido. Há gente anônima, como o advogado Renato Moreira Menezello. Ele alega ter trabalhado para o artista, que morreu sem lhe pagar uma suposta dívida de R$ 45 mil. A prefeitura de Ubatuba reivindica quase R$ 200 mil a título de IPTU atrasado de um imóvel que ele tinha no município. A ex-vereadora de São Paulo Claudete Alves da Silva também está de olho no inventário do ex-deputado. Almeja cerca de R$ 30 mil porque foi ofendida por ele.

Até a Câmara enviou um ofício à 4ª Vara da Família e das Sucessões da Justiça de São Paulo avisando que precisa de dinheiro para mexer no apartamento funcional em que Clodovil morava, no Bloco I da 202 Norte. No documento, assinado pelo diretor de Coordenação de Habitação, Carlos Laranjeiras, consta que o ex-deputado fez reformas no imóvel sem a autorização da administração e que será necessário retirar espelhos, bancadas e até uma banheira exótica para deixar o apartamento no padrão original. Laranjeiras também afirma que manter o apartamento vazio até que o processo do inventário seja concluído causa prejuízos ao Poder Público e esse dano tem de ser ressarcido pelo espólio do finado.

Uma conta feita pelos advogados de Clodovil revelou que o estilista deixou mais dívidas do que bens. Como se não bastasse, apareceu até um parente que pediu à Justiça uma fatia do bolo da partilha. Ele tem sobrenome Hernandes, mas até agora não provou ter vínculo familiar com Clodovil. “Ainda não sabemos o valor do inventário, mas posso afirmar que muita gente está pedindo dinheiro sem ter direito. Acho que os pagamentos serão feitos pela ordem de habilitação”, ressalta o advogado Leandro Sulmoneti, do escritório que defende os interesses do ex-deputado.

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