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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Virgem Maria vira ícone da moda em exposição na França

O Museu de Tecidos de Lyon reuniu trajes que ornamentaram Nossa Senhora em diferentes épocas


Estátua da Virgem Maria em exposição inspirada em vestimentas da santa, transformada em ícone da moda no museu de tecidos em Lyon, França
O Museu de Tecidos de Lyon, na França, transformou a Virgem Maria em ícone da moda em exposição que reúne vestimentas criadas para a imagem católica ao longo dos séculos. Entre os destaques da mostra está um vestido da época de Maria Antonieta, com flores bordadas.

Os vinte trajes são ornados com bordados e pequenos motivos, além de laços de flores, típicos do reinado de Luís XVI. Há também vestidos desenhados pelos grandes nomes da moda. A mostra Ícones da Moda fica em cartaz até 25 de março.

Também faz parte do conjunto uma roupa criada por Jean-Charles de Castelbajac. Ele concebeu um traje ornado de paetês evocando as escamas de uma serpente, "uma inspiração tirada da iconografia da Imaculada Conceição, na qual a Virgem esmaga a serpente com os pés", explica o diretor do museu, Maximilien Durand.


O estilista Franck Sorbier confeccionou um vestido para os dias de festa com materiais dourados e prateados, em homenagem aos tecidos - de ouro ou prateados - tradicionalmente oferecidos à Nossa Senhora La Daurade.

Jean-Michel Broc, por sua vez, fez um vestido de quaresma com motivo geométrico listrado de violeta e verde. A roupa envolve a cintura da virgem com uma faixa verde.

"Quando vestimos uma estátua, transmitimos a ela uma presença extremamente forte. Os tecidos usados são muito preciosos", analisa Maximilien Durand, também curador da exposição. Ele afirma que a prática de criar figurinmos especiais para a Virgem Maria desenvolveu-se entre os séculos XIII e XV.

"A Virgem muda de roupa regularmente, em função da liturgia, como os padres: branco para as grandes festas, verde para o tempo comum, violeta para o Advento e a Quaresma, e o preto para o luto", detalha.

Essa prática é tão comum no catolicismo que a roupagem, rica de referências religiosas, torna-se um objeto de culto por si só. "O que constitui o caráter sagrado é a roupa. A estátua torna-se acessório", diz Durand.

"O preparo não diz respeito, apenas, às grandes estátuas nos santuários e às utilizadas nas procissões, mas também às veneradas nos conventos ou em capelas", acrescentou.

O curador conta a história de um desses vestidos, oferecido por Maria Antonieta para Nossa Senhora da cidade de Monflières, na Picardia, França, para agradecer o parto de sua filha mais velha. A roupa foi encomendado à costureira real, que copiou um dos próprios trajes da rainha. "É o único modelo certificado que conservamos de Maria Antonieta, uma vez que todo o seu guarda-roupa desapareceu na revolução", explica Durand.

Agência France Press

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