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sábado, 19 de dezembro de 2009

Sete de Setembro aposta em angolano

Depois de passar por Portugal e Espanha, Chimi tenta a sorte no Sete
Do Jornal do Commercio
Não é o seu biotipo franzino – 64kg e 1,65m, igual ao de muitos outros jogadores de clubes do interior Brasil à fora – que chama atenção, mas sim as passadas rápidas nos trabalhos com bola. Mesmo para quem observa pela primeira vez o treino do Sete de Setembro, percebe logo que esse baixinho de 22 anos se sobressai. O angolano Chimi Simão Nguvulo, 22 anos, tenta a sorte no futebol brasileiro.

Sorte, aliás, não seria a palavra ideal. Persistência sim. Andarilho do futebol desde os 17 anos, já passou por times de Portugal e Espanha, Chimi, ou melhor “Jimmy”, como é chamado pelos seus companheiros de clube, caiu de paraquedas no Sete de Setembro.

Ele foi mais um jogador que caiu no conto de empresários, que prometeram encaixá-lo, primeiramente, em um clube de São Paulo. Mas isso não aconteceu. “Acabaram me trazendo para cá (Garanhuns), para jogar nos juniores do Sete. Mas, depois de um certo tempo, fui abandonado. Não conseguia mais falar com nenhuma das duas pessoas que me trouxeram para o Brasil (um agente angolano e outro brasileiro). Foram dias muito difíceis”, lembra Chimi.

Sem conhecer ninguém na Suíça Pernambucana, o angolano passou por muitas dificuldades até para se alimentar. Alguns torcedores e conselheiros do Sete chegavam a arrecadar R$ 10 ou R$ 20 por dia para ajudá-lo. A vida de Chimi começaria a ganhar uma perspectiva a partir da chegada do treinador Luís Antônio Zaluar. Ele promoveu uma peneira com 50 jogadores
da região e o angolano foi um dos dois selecionados.

“Vou agarrar essa oportunidade com as duas mãos. No Brasil, há muitas pessoas boas, mas também muita gente ruim”, enfatizou Chimi, que arrisca até um palpite para e estreia do Sete no Estadual, dia 13 de janeiro, contra o Santa Cruz, no Gigante do Agreste. “Vai ser 2x1 para o Sete.”

Para o técnico Luís Antônio Zaluar, Chimi tem surpreendido nos treinos e pode ser uma surpresa no campeonato. “O povo africano se parece muito com o brasileiro, pelo sofrimento. Chimi vem treinando bem e está brigando por posição no meio de campo”, afirmou Zaluar, que já trabalhou com muitos atletas africanos no Oriente Médio, onde trabalhou por muitos anos.

A direção do Sete corre agora para regularizar a situação do jogador, que ainda não tem visto de trabalho para jogar no Brasil. “Espero fazer um bom Campeonato Pernambucano e conseguir despertar o interesse de outro clube, quem sabe, de um dos três da capital, que já me falaram que são três equipes fortes”, disse Chimi.

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