José Adalberto Ribeiro*É hoje. Ou amanhã. Ou só Deus sabe quando. O partido Democratas vai tirar a prova dos noves fora os galhos de Arruda. Ser ou não ser expulso, eis o dilema. Ser cassado é outro capítulo. Se a lei do jeitinho brasileiro existe, tudo é permitido.
Os galhos de Arruda contaminam os Democratas. Nem Mister M, nem o Mágico de Oz, nem Mandrake, nem Pirlimpimpim, nem a Turma do Balão Mágico, nem He-Man, nem a Fada Madrinha da Cinderela, não haverá feitiço para redimir os estragos na imagem dos Democratas se Arruda não for exorcizado da arena partidária.
A turma dos Democratas carrega o estigma de ser herdeira do pefelê e filhote da ditadura, ou ditabranda. O que fazer para deletar esse estigma? Eis agora uma boa oportunidade para começar a redimir-se dessas assombrações.
Eu não tenho nada a ver com os galhos de Arruda, dirá o mais inocente dos Democratas. Imaginem vocês na hora que a cobra fumar na sucessão presidencial e nas eleições gerais nos Estados. Agora não se trata de eleição de vereador e prefeito. A parada será federal.
Mendonça Filho e André de Paula, vocês que são muito valentes, poderiam esconjurar a lenda dos panetones. Cês que sabem.
Cadê a valentia de César Maia e seu pimpolho Rodrigo?
Mister MM, senador Marco Maciel, um dos expoentes nacionais dos Democratas, o que dirá vosmecê sobre os galhos de Arruda? A tangente é a mágica de Mister MM para se manter no poder. MM é uma tangente em forma de gente. Dirão que é o estilo dele e vem dando certo (certo para ele) desde os tempos da ditadura, mas um dia a casa cai.
O silêncio dos inocentes é a esperança de Arruda. Aliás, os inocentes são no mínimo lenientes.
Arruda era a jóia na coroa dos Democratas. Virou diamante falso. Se em condições normais de temperatura e pressão o DEM já é chamado de filhote da ditadura, ou da “ditabranda”, imaginem agora com os galhos de Arruda.
Os galhos de Arruda são explosivos tipo o urânio radioativo nas usinas nucleares de Ahmadinejad. Lembrem-se vocês que a turma do balão vermelho do PT é especialista em manipular material radioativo contra os adversários ou desmontar seus feitiços. O urânio do mensalão de 2005 continha altos teores de radiação e poderia explodir as torres vermelhas do governo, mas acabou se desmilinguindo e transformado apenas numa pizza indigesta digerida ao longo do tempo.
Noutros tempos e sendo considerado da direita, ele já teria sido exterminado. A única alternativa para ele hoje seria um conluio com as esquerdas, na base do sujo que protege o mal-lavado. O material radiativo vale ouro para ser usado nas campanhas eleitorais.
Os bananões oposicionistas não sabem fabricar artefatos nucleares para detonar as fortalezas governistas.
Digamos que na melhor das hipóteses, aliás, na pior das hipóteses, Arruda amanhã seja a Yeda Crusis de hoje. Depois de atrair todos os raios e tempestades, a governadora do Rio Grande do Sul respira hoje com a ajuda de aparelhos de ar condicionado. Vegeta politicamente e espalha fluídos negativos em seu redor.
Hoje e amanhã Arruda será sempre um lazarento, com todo respeito pelas pessoas que padecem da condenação bíblica de Lázaro da Judéia. A diferença é que Lázaro ressuscitou pelas mãos do Santo Nazareno, mas vamos ficar por aqui para não profanar as criaturas sagradas nestes redutos de pecadores.
Os galhos de Arruda hoje são as perebas dos Democratas, assim como os comunistas são as perebas da democracia.
Quando eu era brasileiro, nos tempos que já lá foram, acreditava na punição dos ímpios e pecadores, nos conformes da rebinboca da parafuseta da grampola. Hoje tô fora. Só acredito nos milagres da lei do jeitinho. A lei do jeitinho é herege.
Vocês que são brasileiros que se entendam.
*Jornalista
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